São Sebastião do Umbuzeiro, no Cariri paraibano, enfrenta uma grave crise política após a eleição da nova presidência da Câmara de Vereadores. A situação se intensificou com uma série de exonerações promovidas pela gestão municipal como forma de retaliação a parlamentares da base aliada que contrariaram os interesses do núcleo mais fechado do governo.
A tensão teve início com a tentativa do então presidente da Câmara, Jailson Freitas — primo da prefeita Adalcy Neves — de assumir um terceiro biênio consecutivo (2025/2026), contrariando decisões do Supremo Tribunal Federal que vedam reeleições sucessivas. Apesar da controvérsia, Jailson foi reconduzido ao cargo com o apoio de sete vereadores da base. Após ação da oposição, a Justiça determinou seu afastamento. Jailson ainda recorreu, retornou brevemente e foi novamente afastado.
Sem consenso, Jailson passou a apoiar a vereadora Aucélia Feitosa (Celinha de Edmilson). O vereador Denis Freitas, também da base, condicionou seu apoio a um acordo de reciprocidade para a eleição de 2027/2028, mas a proposta foi rejeitada. A negativa evidenciou a possibilidade de Jailson planejar uma futura tentativa de retornar à presidência.
Diante disso, Denis se uniu aos vereadores Alexandre e Sildete e, com apoio dos dois parlamentares de oposição, elegeram Sildete Bezerra como nova presidente da Câmara. A vitória marcou o fim do domínio político exercido por um mesmo grupo familiar que, até então, controlava os principais cargos do Executivo e do Legislativo.
A reação da gestão municipal foi imediata: começaram as exonerações de indicados políticos dos três vereadores dissidentes. Apesar de ainda pertencerem ao grupo de situação, os parlamentares passaram a ser tratados como adversários. A medida evidenciou uma condução autoritária por parte da gestão, que prefere punir ao invés de dialogar.
Segundo moradores que pedem anonimato, a crise revela um modelo de administração centralizador e impositivo. “Ou se curva ao grupo da prefeita, ou está fora”, relatou um deles.
Até o ano passado, o poder municipal era concentrado em uma única família — com Adriano na prefeitura, Adalcy na vice e Jailson na presidência da Câmara — uma estrutura que era celebrada com a expressão: “fazemos barba, cabelo e bigode”.
A atual crise política escancara práticas que ferem os princípios democráticos, comprometem a estabilidade institucional e revelam o desprezo ao diálogo dentro da própria base aliada em São Sebastião do Umbuzeiro.
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POLÍTICA PARAHYBA