Um caso envolvendo a transferência de um servidor público estadual tem gerado repercussão e levantado questionamentos no município de São Sebastião do Umbuzeiro. Bernardes Santos Paiva, servidor da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (EMPAER), foi surpreendido nesta semana com sua remoção para outro município, sem qualquer justificativa técnica ou administrativa apresentada.
A transferência inesperada reacendeu debates sobre possíveis casos de perseguição política no serviço público. Segundo relatos, Bernardes é conhecido por não apoiar o grupo político que atualmente administra o município, o que tem gerado suspeitas de que a movimentação teria motivação política, e não funcional.
De acordo com informações extraoficiais, a esposa do servidor, a funcionária pública Claudiane, também foi transferida de setor após o pleito municipal. Casos semelhantes, ainda sem confirmação oficial, indicariam uma possível prática de retaliação a servidores que não compartilham da mesma orientação política da atual gestão.
A ausência de critérios técnicos para tais decisões levanta preocupações quanto ao uso da máquina pública como instrumento de represália. Especialistas alertam que esse tipo de prática, além de ferir princípios constitucionais como a impessoalidade, moralidade e eficiência no serviço público, compromete a qualidade do atendimento à população e enfraquece os pilares da democracia.
Entidades sindicais e órgãos de controle, como o Ministério Público e a Defensoria Pública, são apontados por lideranças e moradores como instâncias fundamentais para apurar o caso e coibir eventuais abusos. Moradores ouvidos sob condição de anonimato afirmam que a cidade vive sob uma cultura política marcada pelo personalismo, onde divergências são tratadas como afrontas.
O episódio reacende o debate sobre a necessidade de garantir um ambiente de trabalho livre de influências políticas e de assegurar a liberdade de expressão e os direitos dos servidores públicos. A quem interessa esse tipo de prática? Para os moradores, certamente não à população, que depende de um serviço público eficiente, ético e voltado ao interesse coletivo.
Até o momento, não houve posicionamento oficial da gestão municipal sobre o caso. A reportagem permanece à disposição para eventuais esclarecimentos das partes envolvidas.
POLÍTICA PARAHYBA