O governador João Azevêdo (PSB) negou que o estado tenha alguma responsabilidade sobre supostas fraudes na execução do Programa Prato Cheio do Hospital Padre Zé, gerenciado pelo Instituto São José, alvo da terceira fase da Operação Indignus 3, nesta quinta-feira (14). Em entrevista, ele afirmou que a gestão está colaborando com as investigações e que espera que os responsáveis sejam identificados “para diminuir a ansiedade de muita gente”.
Segundo João Azevêdo, as pessoas têm tocado de forma como se o Estado tivesse a ver com isso. “O Estado tem um convênio com a instituição que contrata seus fornecedores. Se tem problema, tem que ser apurado”, completou.
O governador disse, ainda, que o estado faz o acompanhamento, com relatórios e apresentação de documentos acerca da utilização dos recursos públicos conveniados com a entidade e que, se tiver documento ou nota falsa, essas empresas serão responsabilizadas.
Essa é uma questão que precisa ser colocada. Muitas vezes as pessoas acham que o Estado é quem distribui esse alimento. Não. O Estado tem uma relação com a Arquidiocese através do Instituto São José de extrema confiança, como todos nós. Se houve desvio, que seja apurado. Se tiver responsáveis, que sejam penalizados. É assim que a gente trabalha e tem que entender. Só dentro dessa operação tem mais de 60 pessoas do Estado ajudando na investigação. Tem mais de 60 pessoas da procuradoria, da controladoria, da Secretaria da Fazenda, ajudando o GAECO a encontrar exatamente quem é que fez qualquer tipo de desvio”, declarou João Azevêdo.
Operação Indignus 3
A força-tarefa, comandada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado – GAECO do Ministério Público do Estado da Paraíba, cumpre, na manhã desta quinta-feira (14), mandados de busca nos bairros do Bessa, Brisa Mar, em João Pessoa, e em Patos, em mais uma fase da Operação Indignus.
São 10 mandados judiciais de busca e apreensão, em endereços de 6 investigados e 4 empresas, sendo 3 (três) na cidade de João Pessoa-PB e 7 (sete) na cidade de Patos-PB.
Os mandados dessa terceira fase foram autorizados pelo Juízo de Direito da 4ª Vara Criminal da Capital.
Essas empresas prestavam serviço ao hospital filantrópico, principalmente no ‘braço’ social da unidade. Uma delas fornecia alimentos para o Prato Cheio, programa de segurança alimentar do estado que, em algumas localidades, era gerenciado pela instituição.
Segundo o Gaeco, esta fase é focada na investigação de crimes relacionados ao pagamento de propina, lavagem de dinheiro, desvio de finalidade e apropriação indébita.
Valores, que segundo os investigadores, foram repassados majoritariamente pelos cofres públicos ao Instituto São José, ao Hospital Padre Zé e à Ação Social Arquidiocesana/ASA.
A Operação teve a participação de 30 integrantes do GAECO-PB (incluindo membros e servidores), com 20 integrantes da Polícia Militar e 20 integrantes da Polícia Civil da Paraíba (delegados e policiais civis), formando uma efetivo de aproximadamente 66 agentes públicos. A instituições integram a força-tarefa responsável pelas investigações.
Nota da SEDH
Em nota a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Humano disse que a execução do convênio referente ao programa Prato Cheio era de total responsabilidade do Instituto São José, que lidava diretamente com os fornecedores que são alvos da investigação.
Afirmou ainda que Secretaria informa ainda que tem sido parceira nas investigações, “fazendo auditoria junto com a Controladoria Geral do Estado (CGE) e fornecendo todas as informações ao MP, TCE e à atual gestão do Instituto para contribuir com o esclarecimento dos fatos e consequente punição daqueles que porventura tenham cometido ilicitudes”.
Jornal da Paraíba/Conversa Política