O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que as delações feitas pelos ex-secretários de Estado, Livânia Farias (administração) e Ivan Burity (Turismo), realizadas no âmbito da Operação Calvário, sejam anuladas.
Ricardo, através de sua banca de defesa, pede que todos os atos decisórios homologados contra ele não preenchendo os requisitos da legalidade e da voluntariedade sejam anulados, bem como, seja declarada a incompetência do relator da Calvário no Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), desembargador Ricardo Vital de Almeida, para homologar tais delações.
Tendência suicida
A banca de defesa do ex-governador chega a apontar que Livânia Farias, antes de acordar a delação, encontrava-se extremamente abalada psicologicamente por causa de uma suposta pressão exercida por integrantes do Ministério Público paraibano e que tal pressão, teria sido, inclusive, motivo da subscrição de diversas cartas com indícios de tendência suicida por parte de Livânia.
O fato, segundo a defesa, comprova a ausência da voluntariedade e da legalidade da delação.
Revelações
Durante a delação Livânia revelou, com minúcia, detalhes acerca do esquema adotado pela Organização Criminosa (Orcrim) que conseguiu desviar mais de R$ 130 milhões dos cofres públicos paraibanos sob suposto comando do então governador Ricardo Coutinho. Porém, tempos antes da delação a própria Livânia teria avisado: “Se eu cair, cai todo mundo”.
Ivan
O ex-secretário Ivan Burity também revelou em detalhes a atuação da Orcrim cujos dados apontavam Ricardo Coutinho como principal líder do esquema criminoso que teria sido utilizado inclusive em negociatas para ‘salvá-lo’ de Ações de Investigação Judicial Eleitoral (Aijes) que pediam a cassação de seu mandato enquanto governador.