Uma professora da escola pública Centro de Ensino Médio (CEM) 1 do Gama, no Distrito Federal, foi ameaçada pela mãe de uma estudante após correção da redação. A aluna escreveu que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia acabado com as leis no país. A mulher afirmou que “esfregaria o celular na cara” da educadora para mostrar o equívoco.
Depois de receber a correção da professora, a estudante entrou em contato imediatamente com a mãe, que agrediu verbalmente os diretores e a educadora pública. Ela afirmou que a filha não seria alvo de “doutrinação”. Além disso, afirmou ser amiga dos deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Gustavo Gayer (PL-GO), além do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG).
Pessoalmente no colégio, a mãe da estudante repetiu as agressões verbais feitas pelo WhatsApp e disse que iria “atrás dos [próprios] direitos”. De acordo com o diretor da instituição de ensino, a professora entregou um atestado médico que a afastou das atividades profissionais por 30 dias, por conta do abalo psicológico sofrido.
Por outro lado, o caso chamou atenção da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), presidida por Gabriel Magno (PT). Em nota oficial, os parlamentares repudiaram e se referiram ao caso como “violência” e “ataque direto à liberdade de cátedra”.
“Expressamos nossa solidariedade e reafirmamos nosso compromisso com uma educação escolar que cumpra a função de ofertar a todos os estudantes o acesso ao conhecimento historicamente acumulado pela sociedade e validado por meio da ciência. Somente assim será possível construirmos uma sociedade igualitária, fraterna e livre de opressões e discriminações”, ressaltou a Comissão.
Metrópoles