A religião cristã e o amor a Cristo florescem e aumentam durante esse período de Páscoa. O feriado prolongado é conhecido pelos doces e ovos de chocolate, mas também homenageia e relembra as últimas atividades de Jesus Cristo: a Última Ceia, sua crucificação e a ressureição após três dias.
Para os cristãos da Igreja Católica, o período da Quaresma simboliza essa aproximação espiritual com a figura de Jesus Cristo. E uma das principais maneiras de se conectar com maior facilidade ao Senhor é com atos de penitência, como por exemplo a troca da carne vermelha pelo peixe, em especial na Semana Santa.
Para o monsenhor Nereudo Freire Henrique Ecônomo, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Penha, em João Pessoa, uma das principais celebrações se trata da Tríduo Pascal. Hoje, Quinta-Feira Santa (6), esse período está oficialmente aberto, e será finalizado apenas no sábado, com uma série de ritos e celebrações.
Tríduo Pascal
Para iniciar esse período tão importante para a Igreja Católica, a realização de uma missa e a organização de uma Santa Ceia são fundamentais. Mas o monsenhor atenta para um rito especial: o Lava-pés. Baseado no relato de João 13:1–17, onde Jesus realizou durante sua Última Ceia, esse momento celebra a eucaristia.
“É um momento importante da Igreja, onde a Igreja celebra a eucaristia. Mas ao mesmo tempo, Jesus sinaliza que aquele que comunga, participa desta comunhão do corpo de Cristo, deve ter uma vida de serviço. Então, o Lava-pés vai sinalizar exatamente”, disse Nereudo. “Assim como ele lavou os pés dos discípulos, Ele ensina a todos nós”, completou.
No dia seguinte, a celebração é da paixão e morte de Jesus Cristo, trazendo uma reflexão e relembrando a história a todos os fiéis, através de missas e procissões. Para Nereudo, toda a trajetória de Jesus, que causou revolta nos poderosos da época, reflete nos dias atuais.
“O povo se torna, muitas vezes, massa de manobra; as autoridades não estão à serviço da vida: estão buscando o poder, o ter, o prazer e desprezam o ser humano… E também articulam, com suas tramas realizadas na calada da noite, planos para destruir quem procura ter uma vida correta”, afirmou.
Por fim, a Semana Santa é encerrada no Sábado de Aleluia. Apesar da reunião de muitos familiares e amigos nesse período, o monsenhor explica que o silêncio é precioso: uma forma de pensar e contemplar a figura de Jesus. No domingo, a ressureição é sinônimo de festa e comemoração.
“Ainda hoje, há muitos sinais de trevas. Nossa sociedade é marcada pela violência. E é contraditório, um país dito como religioso, a cada semana nós temos uma chacina. Basta ver o que aconteceu em Santa Catarina: quatro crianças dentro de uma creche foram assassinadas.”
Celebrações na Igreja da Penha
O Santuário de Nossa Senhora da Penha estará à disposição de todos os fiéis que queiram celebrar a vitória de Jesus Cristo. A Instituição da Eucaristia e o Lava-pés começa, às 19h30 de hoje. Na Sexta-Feira Santa tem a Celebração da Paixão, às 15h, e depois, segue para a Procissão do Senhor Morto, uma caminhada por ruas do bairro da Penha.
No sábado, a missa vai contemplar a figura de Jesus Cristo na sepultura. Mas a maior celebração do dia, a Vigília da Ressureição, acontece às 20h, que iniciará fora da igreja, com a benção do fogo, o círio pascal e a entrada no santuário para celebrar.
Todos esses ritos e o próprio Tríduo Pascal se encerram no sábado, para que no domingo, os fiéis possam comemorar e celebrar a vitória da luz sobre as trevas e da vida sobre a morte. O Santuário da Penha fica localizado em João Pessoa, no bairro da Penha, no CEP 58047-010. O número de contato é o (83) 99890-2339, e o Instagram oficial pode ser acessado aqui.
Leonardo Abrantes – MaisPB