A Secretaria de Saúde de João Pessoa exonerou duas servidoras do Centro de Zoonoses (CCZ) após a abertura de uma sindicância para apurar a utilização de imagens animais resgatados pela prefeitura para solicitar doações via PIX em benefício de contas pessoais, para supostamente ajudar animais de uma ONG da qual as próprias servidoras são sócias.
As investigações envolvem, entre outros, a médica veterinária Alick Farias e a ex-gerente do Centro de Zoonoses, Pollyana Dantas Batista Costa. Ambas foram exoneradas de seus cargos na ultima semana, após as denúncias ganharem repercussão.
O caso veio à tona quando foi descoberto que imagens de animais resgatados pelo Centro de Zoonoses no bairro do Geisel, estavam sendo utilizados em publicações nas redes sociais para angariar fundos. As postagens feitas nos perfis do Adota JP e da médica veterinária do zoonoses Alick Farias, mostravam os animais em tratamento, pediam doações via PIX para custear supostos procedimentos veterinários que seriam realizados de forma particular pela ONG Adota JP.
O inicio das investigações apontaram, no entanto, um claro conflito de interesses: tanto Pollyana Dantas quanto Alick Sulliman constam no quadro societário da ONG Adota JP. Para aumentar a gravidade das acusações, a chave PIX divulgada para as doações estava registrada no nome da própria médica veterinária, Alick Sulliman Santos Farias.
Diante das evidências, a Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Saúde, determinou a exoneração imediata das duas servidoras e a instauração de uma sindicância para apurar a fundo a conduta delas.
Investigação Ampliada e Outras Denúncias – Após o vazamento do caso, a sindicância passou a receber relatos de outros funcionários sobre supostas irregularidades cometidas na gestão de Pollyana no Centro de Zoonoses. As investigações agora buscam evidenciar a prática de crimes mais graves.
Entre os ilícitos sendo investigados estão:
Corrupção Passiva: Crime em que o servidor público solicita ou recebe vantagem indevida, valendo-se de seu cargo.
Peculato: Crime que consiste no servidor público se apropriar de dinheiro ou bem público (ou particular de que tem a posse em razão do cargo) ou desviá-lo para proveito próprio ou de outrem.
A sindicância segue em andamento para apurar a extensão total dos fatos e identificar possíveis outros envolvidos. A reportagem tentou contato com as servidoras exoneradas, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
