O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sugeriu, nesta quinta-feira (10), avaliar alternativas para reduzir inadimplência nas operações com cartão de crédito rotativo – que ocorre quando o cliente não paga o valor total da fatura e joga a dívida para o mês seguinte.
Durante sessão no Senado Federal, Campos Neto disse que a falta de pagamento atinge 50% das operações. O dirigente disse que uma alternativa seria extinguir o rotativo do cartão, acionado automaticamente sobre o saldo devedor.
“A gente tem 90 dias para apresentar uma solução. Está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento e que seja uma taxa ao redor de 9%. A gente criaria algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento com juros tão longos. O cartão de crédito representa 40% do consumo, e hoje o inadimplemento no rotativo é de 52%, não tem [caso] parecido em nenhum outro lugar do mundo. A taxa está hoje em 454%. É um grande problema”, disse Neto.
Os juros desse tipo de crédito são considerados abusivos por especialistas – em junho, chegaram a 440% ao ano, a maior taxa do mercado financeiro. Segundo o Banco Central, esse patamar equivale a uma taxa de juros de 15% ao mês.
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