A Prefeitura de São João do Tigre firmou um contrato no valor de R$ 187 mil com a empresa Paulo César Transportes para a realização de 1.000 horas de corte de terras utilizando cinco tratores. No entanto, até o momento, foram pagos R$ 97.427,00 referentes a 521 horas de serviço. Segundo denúncias de agricultores locais, o serviço efetivo foi mínimo e executado quase exclusivamente com tratores pertencentes ao próprio município.
Agricultores da zona rural relataram que apenas um trator, da marca Massey Ferguson e oriundo da cidade de Zabelê, apareceu brevemente nas comunidades. Esse trator não pertencia à empresa contratada e foi abastecido pela própria Prefeitura de São João do Tigre. Conforme relatos, ele não chegou a realizar nem 50 horas de corte. O restante do serviço foi executado com dois tratores do município: um da marca John Deere e outro da marca New Holland.
Um agricultor local denunciou: “O contrato previa cinco tratores, mas só vimos um trator de fora, que nem era da empresa e mal trabalhou. Quem arou a terra mesmo foram os tratores da própria prefeitura. Isso é enganar o povo.”
A situação é agravada pelo fato de que, após chuvas em janeiro, o município enfrentou um período prolongado de estiagem, limitando a janela ideal para o preparo do solo. Apesar disso, quase R$ 100 mil foram pagos, levantando questionamentos sobre a fiscalização da execução contratual e a destinação dos recursos públicos.
Outro morador afirmou: “É um absurdo pagar tudo isso por um serviço que não chegou. Enquanto isso, o agricultor perdeu o tempo de plantar e a chance de colher. É um golpe na dignidade de quem vive da terra.”
Lideranças locais e produtores estão cobrando apuração rigorosa por parte do Ministério Público e do Tribunal de Contas da Paraíba, diante de indícios de irregularidades na execução do contrato e omissão da fiscalização. Até o momento, a gestão municipal não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias.
Veja os pagamentos no sagres:
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