Cláudia Alves Bezerra, acusada de liderar uma organização criminosa responsável pela depredação de área ambiental e venda de lotes e terrenos próximos a praia do Sol, mora numa mansão com vários quartos, piscina e estrutura que nem lembra a pessoa que se passava por liderança em busca de moradia e abrigo.
As primeiras investigações apontam que desde maio de 2021, ela lidera uma organização criminosa responsável pela invasão de uma área de proteção ambiental nas imediações da Praia do Sol no Bairro de Gramame em João Pessoa para tentar angariar apoio político e enriquecer ilicitamente.
Ela comercializa terrenos e cobra uma taxa mensal para uma suposta associação, das pessoas que não têm condições de comprar.
Denúncias apuradas pela Secretaria de Meio Ambiente apontam que até dezembro de 2022, cerca de 45 hectares de vegetação dos biomas manguezal e mata atlântica podem ter sido completamente destruídos pela ação dos invasores que construíram 40 (quarenta) barracos de lona para simular que moram na área.
Todavia, a área praticamente não é habitada, até porque não há infraestrutura para tanto. Os barracos foram feitos para sugerir a suposta existência de um assentamento de famílias na área, o que, de fato, não existe.
Sob o comando de Claudia Bezerra quem comprou um lote na área é orientado a entrar num grupo de whatsapp de onde Cláudia dá ordens e cria normas com níveis distintos de hierarquia, de modo que, quando há qualquer movimentação por parte de autoridades públicas, a liderança do movimento convoca os invasores para virem massivamente à área, acompanhados de suas esposas e filhos, para ocuparem os barracos de lona e fingirem utilizar a área para fins agrícolas.
Relatório assinado por técnicos da secretaria de Planejamento e Gestão, com data do dia 22 de novembro de 2022, revela que os documentos apresentados por Cláudia Alves Bezerra, continham características não habituais para o trâmite, pois o zoneamento e o macrozoneamento em vigor classificam a região como uma área de preservação permanente.
O caso veio à tona, depois que um relatório da Secretaria de Planejamento do Município de João Pessoa revelou indícios de que uma quadrilha, liderada por uma mulher, já teria destruído quase um terço da mata nativa naquela região.
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