Ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Hugo Motta líder do Republicanos-PB foi procurado na semana passada pelo ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. Depois das eleições no Congresso, Padilha e outros emissários do presidenteLuiz Inácio Lula da Silva intensificaram as conversas com partidos que davam sustentação ao governo anterior. A investida envolve negociações de cargos de segundo e terceiro escalões para garantir apoio à aprovação de pautas prioritárias do Palácio do Planalto.
O partido do paraibano integra a tríade que compõe o núcleo duro do Centrão, ao lado de PP e PL. Na avaliação do Planalto, a relação com a sigla ligada à Igreja Universal tende a ser mais circunstancial e focada em pautas econômicas e sociais do governo, sem o compromisso de alinhamento nas propostas relacionadas a costumes.
“Seremos independentes. Aliás, já somos”, diz o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). De acordo com informações publicadas em O Globo, parlamentares do partido, porém, já sinalizaram a Padilha a disposição de votar com Lula em propostas estratégicas como, por exemplo, a reforma tributária e, a depender dos parâmetros, a nova âncora fiscal que o governo apresentar. Para azeitar essa relação, o governo já entregou uma demanda apresentada pela legenda: apoiou e foi fundamental para aprovar o nome do deputado Jhonatan de Jesus (Republicanos-RR) ao cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), na semana passada.
O Planalto aposta numa negociação das comissões para começar a atrair oposicionistas. O PP tem interesse no colegiado voltado a Relações Exteriores. Nomes de PL e Republicanos almejam áreas que que possam explorar pautas conservadoras como, por exemplo, a de Segurança Pública e Educação e a de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle.
PB Agora