Segundo reportagem do portal Congresso em Foco, sobre a última etapa do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode deixar Jair Bolsonaro inelegível por oito anos não deve contar com nenhum pedido de vista do processo (mais tempo para análise) por parte dos ministros Raul Araújo Júnior e Nunes Marques, cotados como os mais suscetíveis a utilizarem o recurso para interromper a ação por dois meses.
O julgamento será retomado hoje (29) para a fase decisória, ou seja, para ouvir os votos de seis ministros, uma vez que o relator Benedito Gonçalves votou favorável a deixar o ex-presidente na geladeira eleitoral na terça-feira (27). Pela ordem, votam os ministros Raul Araújo, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares, Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes, presidente do TSE.
O clima no TSE indica que o julgamento pode terminar com cinco votos favoráveis à inelegibilidade e dois contra, justamente os de Raul Araújo e de Nunes Marques.
Raul Araújo Júnior veio do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para o qual foi indicado em 2010 pelo presidente Lula. Ele é um dos ministros mais pressionados pela defesa de Jair Bolsonaro para realizar um pedido de vistas. No entanto, ao fim da sessão de terça, ao ser questionado se queria se pronunciar por Alexandres de Moraes, Araújo preferiu não votar por causa do horário avançado. Apesar de aumentar o suspense, há grandes chances de Araújo respeitar o voto do relator.
Indicado em 2020 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques tende a uma espécie de voto dividido, em que deve pedir uma penalização aplicada em forma de multa ao ex-presidente em vez de condená-lo a ficar sem disputar cargos políticos até 2030. O motivo seria por não considerar a reunião promovida entre embaixadores no dia 18 de julho de 2022 como grave o suficiente para impugnar a candidatura de Bolsonaro. Já em relação a Braga Netto, então candidato a vice-presidente em 2022, há um consenso de que o militar será absolvido e manterá os direitos eleitorais sem nenhuma sanção ou punição.
PB Agora