Uma das cidades que mais enfrentam dificuldades com a escassez é o município de Junco do Seridó. A área urbana, por mais que ainda sofra com a falta de água, consegue pagar com recursos federais e municipais o abastecimento da população com carros-pipas.
Já na área rural, onde mais de duas mil pessoas moram, todos estão com escassez total. O exército, que era encarregado de levar a água deixou de fazer a captação do açude devido ao nível baixo no reservatório. O coordenador da Defesa Civil do município, Gerôncio Neto, relatou que não recebeu respostas, e a população segue cobrando o abastecimento.
“Até o presente momento, a gente não tem resposta nenhuma do Exército Brasileiro sobre a questão da volta desse abastecimento: quando vai voltar, qual manancial que a gente vai retirar água… E a população fica sofrendo, na zona rural principalmente. A gente está entrando num período muito seco, muito crítico, e a gente não tem de onde tirar, de jeito nenhum”, ressaltou.
Não tem manancial na nossa cidade, e o mais próximo era Taperoá, e fechou. A gente fica de mãos atadas sem ter o que fazer. O pessoal nos cobrando, mandando mensagem, pedindo água. E a gente não tem como atender”, revelou o coordenador.
A expectativa é de que a Defesa Civil de Junco do Seridó busque o Ministério Público da Paraíba (MPPB), a Defesa Civil estadual e o exército novamente para cobrar soluções. Além do município, outras 21 seguem com problemas de abastecimento, atingindo mais de 20 mil pessoas.
O que diz a Aesa?
A Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa) revelou, que o abastecimento foi interrompido por conta do exército, que havia comunicado há mais de dois meses.
A indicação do órgão para os militares era a captação hídrica do açude de Poções, em Monteiro; de Camalaú, em Camalaú; e de Cordeiro, em Congo. Por isso, Porfirio Catão, presidente da Aesa, reforçou que, apesar de suspender o abastecimento em Taperoá, o órgão está seguindo a lei.
“A Aesa está simplesmente cumprindo o que determina a 9433, a Lei das Águas. Nós estamos preservando um reservatório que não tem mais condição de fazer essa retirada para o abastecimento para a cidade de Taperoá’, disse.
E estamos indicando outros reservatórios para que seja feita a operação do carro-pipa, como também a própria Defesa Civil nacional já comunicou ao Exército Brasileiro, que é responsável pela Operação Carro-Pipa, para fazer essa realocação”, completou o presidente da Aesa.
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