O impasse dentro da base do governador João Azevêdo (PSB), entre os partidos Republicanos e Progressistas, parece estar cada vez mais difícil de ser solucionado. Ontem a cúpula do Republicanos voltou a dizer que não abre mão de indicar o candidato a vice – ampliando a fissura com o Progressistas, que apalavrou semanas atrás a vaga para o vice-prefeito de Campina Grande, Lucas Ribeiro.
No aniversário do pré-candidato a deputado federal Murilo Galdino (Republicanos) foram colocados dois nomes da legenda: Wilson Filho e Raimundo Lira.
A escolha de cada um deles, é verdade, possui implicações para o projeto de reeleição de Azevêdo.
E mais: em caso de reeleição, o vice de hoje poderá sentar na cadeira de governador em 2026.
Lucas Ribeiro
Atual vice-prefeito de Campina Grande, Lucas Ribeiro aparece no páreo após indicação do partido Progressistas, comandado no Estado pelo tio, deputado Aguinaldo Ribeiro. Jovem, ele é considerado como uma aposta da família na política paraibana.
O nome de Lucas consolida o apoio de lideranças estaduais importantes, como o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena; e a senadora Daniella Ribeiro. Mas atropela os planos de outros aliados, como a cúpula republicana.
Lucas diminuiria a desvantagem eleitoral do governador perante seus concorrentes em Campina Grande, mas é apontado por muitos como inexperiente para ocupar o espaço. Ao contrário de Wilson e do ex-senador Raimundo Lira, não possui ainda o nome estadualizado.
Raimundo Lira
Ex-senador paraibano, Lira voltou a ser cotado no xadrez eleitoral após ingressar no Republicanos. Tem vivência política e experiência empresarial, mas está há anos afastado das disputas eleitorais paraibanas.
Lira tem o nome estadualizado, mas recai sobre ele a ausência de um reduto eleitoral consistente; que impulsione o seu nome na disputa.
As chances dele ser o escolhido como candidato a vice, hoje, são poucas. A inclusão de seu nome é mais provável para uma suplência no Senado Federal.
Wilson Filho
Deputado estadual e líder do Governo, o deputado Wilson Filho já esteve também na Câmara Federal. Tem o nome estadualizado e o Sertão como o seu maior reduto; graças sobretudo à atuação do pai, o deputado federal Wilson Santiago.
Com bom trânsito no Governo, ele é entre os três concorrentes o que dispõe de maior proximidade com João Azevêdo. Jovem, é apontado por muitos como uma liderança em ascensão, mas não possui ainda experiência administrativa.
Votou, no passado, favorável ao início do processo de afastamento da ex-presidente Dilma. Isso, dentro de uma perspectiva de tentar vincular a imagem do governador ao ex-presidente Lula, pode ser contabilizado como prejudicial.
Apesar de não ter sido alvo, o sobrenome dele tem sido frequentemente associado à Operação Pés de Barro, que investigou desvios em uma adutora sertaneja. Há um risco de que, mesmo sem uma relação direta com ele, o fato seja usado no debate eleitoral.