O presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, foi afastado do comando da entidade nesta quarta-feira (3). É a segunda vez que o mandatário, reconduzido para o cargo no ano passado, deixa a função por decisão judicial. A primeira foi em 2019, no bojo da operação Fantoche, da Polícia Federal. No caso atual, a decisão é do juiz Arnaldo José Duarte do Amaral, da 2ª Vara do Trabalho de Campina Grande.
O magistrado atendeu a um pedido de concessão de tutela provisória movido pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico e de Resinas Sintéticas (Sindiplast/PB) e outras entidades com base em denúncia do Gaeco, do Ministério Público, contra Buega e outras sete pessoas por fraudes em obras do Sistema S. O magistrado alega que a Fiep “está a dificultar o acesso aos interessados de documentos que estejam arquivados relacionados às contas e que corroborem a prestação de contas apresentadas e balanços”.
“Tal cenário de fato e de direito faz recomendar, a nosso sentir, aadoção do Poder Geral de Cautela e nesse sentido defiro, parcialmente, a pretensão do demandante no sentido de determinar o imediato afastamento do Sr. Francisco Gadelha da Presidência da FIEP, determinando que a demandada, por meio do substituto temporário do Sr. Gadelha (Vice-Presidente Executivo mais idoso / §§ 2º e 3ºdo Art. 25 do Estatuto)”, diz a decisão.
No pedido os autores alegam que “as denúncias têm prejudicado gravemente, de forma reiterada, os interesses de empregados e empregadores do setor industrial paraibano mantendo uma organização criminosa em funcionamento no seio da federação, razão pela qual não possui mais condições de permanecer na Presidência da FIEP, devendo ser imediatamente afastado por este juízo”.
A denúncia
O Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, protocolou em abril deste ano a terceira denúncia relativa à Operação Cifrão. Ela é fruto de apuração sobre suspeitas de fraudes no Sistema S na Paraíba. De acordo com as investigações, houve superfaturamento e ligações entre as empresas contratadas e dirigentes da Fiep.
Entre os denunciados estão o presidente Francisco Buega Gadelha, o tesoureiro da Fiep, Marconi Tarradt Rocha, o supervisor administrativo do Senai, Dannilo Cláudio de Araújo, o servidor do IEL Francisco Petrônio Dantas Gadelha, o diretor de Administração e Finanças do Sesi, José Aragão da Silva, os empresários Francisco de Paula Abrantes e Laudemiro de Souza e o engenheiro Marconi Wanderley.
Nesta terceira denúncia o Gaeco trata a respeito de uma licitação do Sesi que contratou a empresa LPM para a execução de obras (de engenharia) no inicial valor de R$ 1.435.957,55.
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