BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (8) que a economia mundial se adaptou à pandemia de Covid-19 e mostrou, em sua apresentação, que o efeito do isolamento social na atividade econômica caiu pela metade recentemente.
Segundo o titular do BC, o distanciamento social tem sido cada vez menos efetivo ao longo do tempo.
“Quando se repete o distanciamento social na mesma área, cada um que se segue é menos efetivo por razões que não vou me aprofundar”, disse em evento virtual promovido pelo J.P. Morgan.
Em sua apresentação em inglês, Campos Neto mostrou um gráfico que relacionava o percentual de mobilidade calculado pelo Google e o desempenho do setor de serviços com o título “Economias se adaptaram: o impacto da mobilidade na atividade caiu pela metade no período recente”, em tradução livre.
“Em diferentes ondas [da pandemia] a atividade tem reagido cada vez melhor, a economia de alguma forma se ajustou”, afirmou. Para ele, isso ocorreu em decorrência do alongamento da crise sanitária e pela mudança de comportamento.
Campos Neto ressaltou que a economia brasileira está próxima de retornar aos níveis pré-pandemia. “Houve nas últimas três semanas uma série de revisões positivas nas expectativas para o PIB [Produto Interno Bruto] para 2021 depois da divulgação do número do primeiro trimestre”, destacou.
Sobre inflação de 2021, ele também falou sobre as revisões para cima do mercado para o índice de preços. “Temos choques mais recentes, como aumento do preço da energia”, disse.
O presidente do BC reafirmou que se trata de um movimento temporário.
“Ainda acreditamos que se trata de um choque temporário. Os preços de commodities já se estabilizaram, algumas inclusive estão abaixo da margem”, avaliou.
Campos Neto frisou que o avanço da vacinação deverá levar à maior reabertura da economia no segundo semestre.
Em sua avaliação, há uma demanda reprimida por consumo de bens e serviços.
“Parte do setor de serviços está funcionando parcialmente. Com a reabertura total, a questão é se teremos euforia, com as pessoas consumindo porque havia demanda reprimida”, disse.