Mais de 650 paraibanos foram encontrados em situação de trabalho escravo entre 2003 e 2024. Foi o que afirmou nessa terça-feira (30) a procuradora do trabalho no Estado, Marcela Ásfora. As vítimas foram resgatadas no Estado e em outras regiões do país.
“Os trabalhadores paraibanos são aliciados na Paraíba e levados para outro local com promessas falsas de trabalho, propostas encantadoras de que iriam mudar de vida e quando chegam lá encontram promessas completamente diferente”, disse a procuradora à reportagem.
Além do trabalho escravo, segundo Marcela Ásfora, os aliciados também são vítimas de tráfico de pessoas, levadas sob fraude, mentira e ideia falsa para serem exploradas em algum tipo de atividade criminosa.
Além da exportação da mão de obra escrava, o Ministério Público do Trabalho também encontrou, em duas décadas, casos de exploração em cidades da Paraíba. Ela alertou sobre a necessidade que qualquer suspeita seja denunciada as autoridades.
“Existe um grande desafio no combate ao trabalho escravo porque tem como vítimas as pessoas mais vulneráveis e que são realizados fora do nosso alcance. Precisamos de denúncias para se chegar a esses locais. Em sua grande parte, são trabalhadores rurais em grandes propriedades e lugares distantes e fora do alcance dos órgãos de fiscalização”, argumentou.
Para combater essas práticas, o Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) tem realizado a campanha “Trabalho Escravo: Não feche os olhos para esse crime”.
No Brasil, a cada 24 horas, pelo menos oito pessoas são resgatadas vítimas do Trabalho Escravo Contemporâneo. Estima-se que a quantidade de brasileiros aliciados e traficados a cada dia, no país, supera esse número diante da dificuldade de fiscalização onde ocorre.
Com MaisPB.