O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) venceria Jair Bolsonaro (sem partido) em um eventual segundo turno, caso as eleições fossem realizadas hoje. O petista aparece com 40% das intenções de voto, e o atual presidente com 38%. Apesar de estar dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos, é a primeira vez que Lula aparece vencendo a disputa pela cadeira presidencial.
“Essa mudança de posição entre Lula e Bolsonaro podemos fazer uma relação com a avaliação de governo, que atravessa o pior momento. Os motivos dessa avaliação ruim são reflexo dos altos números de mortes e de casos de coronavírus. Também tem a questão da economia, que ainda patina, apesar de já percebemos em algumas regiões uma melhora na avaliação em função do auxílio emergencial, a exemplo no Norte do país”, explica Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto de pesquisa.
Mesmo no primeiro turno, também dentro da margem de erro, Lula aparece um ponto percentual à frente de Bolsonaro (33% a 32%). Também é a primeira vez que o atual presidente aparece atrás do petista. Na última pesquisa, feita no começo de março, o ex-presidente estava com 18% das intenções de voto no primeiro turno, contra 33% de Bolsonaro.
“É interessante perceber que a soma das outras para a candidatura, que incluem Luciano Huck, João Doria, João Amoedo, somam mais ou menos 26%, ou seja, dentro da margem de erro a somatória dessas candidaturas está praticamente empatada com Lula e Bolsonaro. Se houver uma convergência de nome, a terceira via se torna uma possibilidade real”, diz Moura.
O fundador do IDEIA ainda explica que houve uma mudança de voto em relação à última pesquisa, sobretudo da região Sudeste, maior colégio eleitoral. Lula tem 44% das intenções de voto, contra 32% de Bolsonaro. O petista também ganharia no Nordeste (44% a 30%). A situação se inverte nas outras três regiões. O atual presidente venceria com folga no Norte (63% a 19%), no Sul (47% a 34%), e no Centro-Oeste (54% a 29%).
A pesquisa também perguntou se o eleitor gostaria que o próximo presidente não fosse nem Lula, nem Bolsonaro. Do total de entrevistados, 41% concordaram com esta frase. Há um mês, este grupo que quer uma terceira via representava 38% do eleitorado.