O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, promete revelações no mínimo surpreendente com relação ao processo de impeachment que resultou na saída da ex-presidente da república, Dilma Rousseff.
O ex-deputado lançará no dia 17 de abril pela editora Matrix, o livro ‘Tchau Querida’ que promete contar com uma riqueza de detalhes os bastidores de um dos eventos mais importantes da república brasileira desde o processo de redemocratização de 1988.
Eduardo Cunha abordará desde a influência do ex-presidente Michel Temer no processo até a relação dos militares com o governo Dilma Rousseff. “Temer não só desejava o impeachment como lutou por ele de todas as maneiras (…). Jamais esse processo de impeachment teria sido aprovado sem que Temer negociasse cada espaço a ser dado a cada partido ou deputado que iria votar a favor da abertura dos trâmites (…). A postura de Temer, depois ter deixado a Presidência, beira ao cinismo. Ele acha que os outros são idiotas para acreditar na história da carochinha de que não desejava o impeachment nem teria feito nada para isso.” Escreveu Eduardo Cunha em um trecho do livro.
Ao atender a um convite do então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para uma viagem à Amazônia, Eduardo Cunha, afirmou que chegou a uma conclusão que Dilma não sabia, mas era vigiada o tempo todo dentro do palácio.
“Atendi a um convite do então comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para uma viagem à Amazônia (…). O general demonstrava conhecer a rotina do palácio com uma desenvoltura que não seria possível sem fontes internas (…). A conclusão que eu cheguei era que Dilma não sabia, mas era vigiada o tempo todo dentro do palácio. Até as visitas que recebia, os telefonemas a que atendia, tudo era de conhecimento dos militares.” Relatou Cunha.
O ex-deputado demonstra em um capítulo do livro uma certa ‘raiva’ do ex-Juiz Sergio Moro, e afirma que o então Juiz da Lava-Jato atuava de maneira política na condução da operação.
“(Moro) era chefe de um movimento que tinha como objetivo a destruição da política. Ele não tinha ideologia. A sua era simplesmente Moro. Ele não tinha predileção política. Para ele, bastava ele. Moro era e será candidato a presidente.” Confidenciou.
Um dos maiores empresários do país, Joesley Batista, também estar presente no livro ‘Tchau Querida’. Eduardo Cunha o descreve como ‘Elemento fundamental para o processo de impeachment de Dilma Rousseff. “Joesley então me fez uma revelação. A de que estava sendo pressionado pelo governo a arranjar dinheiro vivo para doar a eles, para que pagassem a deputados para evitar o impeachment. Ele me disse que, como já tinha escolhido o lado favorável ao impeachment, ele iria enrolar os interlocutores para não dar nada para eles.”
O deputado afirmou ainda que Joesley trabalhou arduamente para alçar Henrique Meirelles como Ministro da Fazenda no Governo Temer – na ocasião, Meirelles era presidente do Conselho Consultivo da J&F, o grupo do empresário.
Ao final do livro o deputado faz uma colocação a respeito do atual presidente da república Jair Bolsonaro, e afirma que o então deputado apresentou o primeiro pedido de impeachment de Dilma no seu segundo mandato em função das denúncias de corrupção na Petrobras.
“Aliás, devemos registrar que o primeiro pedido de impeachment de Dilma no seu segundo mandato coube ao então deputado Jair Bolsonaro, em 13 de março de 2015, em função das denúncias de corrupção na Petrobras. Eu rejeitei seu pedido (…). Isso pode explicar um pouco das razões do crescimento dele, pois Bolsonaro foi realmente precursor no processo de impeachment.” Revelou.
As revelações do livro foram feitas através de uma reportagem exclusiva pela revista Veja. A Matéria mostra com uma maior riqueza de detalhes os bastidores do processo de impeachment, capitaneado pelo ex-deputado, Eduardo Cunha.
Confira através deste link: https://veja.abril.com.br/politica/as-revelacoes-de-eduardo-cunha-sobre-os-bastidores-do-impeachment-de-dilma/
Redação do Política Parahyba