O governador de São Paulo, João Doria, larga em vantagem na disputa das prévias para escolher o candidato do PSDB à Presidência, segundo análise da composição dos integrantes do colégio eleitoral tucano.
Isso se deve ao peso que o Estado de São Paulo tem nos quatro grupos que podem votar na eleição interna, de acordo com regras aprovadas na semana passada pela direção da legenda.
Porém, segundo matéria originalmente publicada em O Globo, apesar da vantagem inicial, para concretizar seu plano de ser candidato, Doria precisará superar o isolamento enfrentado dentro da sigla. Um caminho para garantir a escolha do seu nome é conquistar o apoio fechado de, pelo menos, mais cinco Estados.
Se levada em consideração não só o peso do Estado, mas também a posição política que vem sendo manifestada por lideranças na disputa interna, um caminho possível para Doria seria buscar o apoio fechado na Paraíba, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Nesses locais, há eleitores suficientes para passar os 50% dos votos e não há lideranças que se manifestaram publicamente contra o governador paulista até agora, o que indica que há espaço para atrair a simpatia dos eleitores para um nome em comum.
A composição poderia ser mais fácil se Doria tivesse chance de obter, por exemplo, a adesão de Minas, que tem 12,4% de participação no colégio eleitoral. Mas o principal líder local é o deputado federal Aécio Neves, adversário ferrenho do governador paulista.
Nova regra
Pelas regras aprovadas pela executiva nacional do partido, os votantes das prévias tucanas serão divididos em quatro grupos e cada um deles terá participação de 25% na apuração final. Fazem parte da divisão: filiados (grupo 1); prefeitos e vice-prefeitos (grupo 2); vereadores, deputados estaduais e distritais (grupo 3); e governadores, vice-governadores, senadores, deputados federais, presidente e ex-presidentes da executiva nacional (grupo 4).
Se todos os representantes de São Paulo, em cada um dos grupos, votassem no mesmo candidato, o estado teria 24,2% de presença no colégio eleitoral. Os outros três concorrentes de Doria largam de patamares menores num cenário em que também contem com a adesão de todos os seus conterrâneos. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ficaria com 5,6% dos votos neste panorama. O senador Tasso Jereissati (CE) teria 3,2%, enquanto o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio apareceria com 1,1%.
Para vencer as prévias, são necessários mais de 50% dos votos. Num segundo turno, a expectativa é que os adversários se unam contra o governador de São Paulo. Desde que começou a se movimentar para se colocar como presidenciável, Doria colecionou desavenças e sofre com isolamento interno. Na bancada de deputados federais, por exemplo, praticamente apenas os parlamentares paulistas o apoiam.