O dólar opera em queda nesta sexta-feira (25), engatando o oitavo dia seguido de quedas, em meio ao constante fluxo de investimentos estrangeiros para o Brasil, que oferece uma taxa de juros atraente.
Às 10h41, a moeda norte-americana recuava 0,79%, cotada a R$ 4,7936.
Na quinta-feira, o dólar caiu 0,25% e fechou a R$ 4,8319, renovando mínimas em 2 anos. Com o resultado desta quinta, passou a acumular queda de 3,66% na semana e 6,29% no mês. No ano, tem baixa de 13,33% frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, os preços do petróleo recuam nesta sexta-feira, com o barril de Brent – principal referência internacional – se mantendo abaixo de US$ 120.
A alta nos preços das commodities e da energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia alimentam os temores de aumento da inflação no mundo todo e provocam preocupações com a desaceleração do crescimento econômico.
Países exportadores de commodities, porém, vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, incluindo o Brasil, têm se beneficiado.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias também têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
A taxa básica de juros saiu de uma mínima histórica de 2%, atingida durante a pandemia, para os atuais 11,75%. E a taxa deve continuar a subir, atingindo 12,75%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, segundo sinalização do Banco Central.
Nos Estados Unidos, país de referência global para investimentos, a taxa básica de juros está numa faixa entre 0,25% e 0,50%, após o Federal Reserve ter promovido aperto de 0,25 ponto percentual na semana passada.
Na agenda do dia, o IBGE divulgou mais cedo que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, ficou em 0,95% em março, a maior taxa para o mês desde 2015, puxada pelos preços dos alimentos.
Já a FGV mostrou que a confiança do consumidor voltou a cair em março, com a insatisfação sobre a situação financeira familiar atingindo o menor desde abril de 2016.
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