Faltando pouco menos de duas horas para o fim do prazo de votação, dez desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) optaram por tornar réu por homicídio doloso (quando há intenção ou se assume o risco de matar) o promotor Sidharta John Batista da Silva, que atropelou e matou o médico paraibano Hugo Lemos Guimarães, no dia 2 de novembro de 2018.
A reportagem vem acompanhando o julgamento desde o seu início. O prazo final para a votação dos desembargadores termina às 18h desta sexta-feira (9). No total, 14 desembargadores votam para aceitar ou não a denúncia feita pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte contra o promotor.
Dos votantes, a reportagem apurou que a desembargadora Lourdes de Azevedo se averbou suspeita. Com isso, ela não votará. Faltam votar os desembargadores Expedito Ferreira, João Rebouças e Vivaldo Pinheiro.
Como visto pela reportagem com o advogado da família do médico Hugo Guimarães, Rafael Vilhena, o relator do processo, o desembargador Saraiva Sobrinho, votou pelo acolhimento da denúncia de homicídio doloso.
A reportagem apurou que acompanharam o relator na integralidade do voto os desembargadores Amaury Moura; Cláudio Santos; Cornélio Alves; Dilermando Mota; Glauber Rêgo; Gilson Barbosa; Maria Zenaide; e Virgílio Macêdo. Já o desembargador Ibanez Monteiro acompanhou o relator parcialmente.
O teor dos votos dos desembargadores só poderá ser conhecido após às 18h desta sexta, com o fim da votação eletrônica sobre o caso.
Em entrevista anterior, o advogado Rafael Vilhena afirmou que a expectativa da família do médico morto é de que o Tribunal reconheça o crime como homicídio doloso, para que o promotor possa, enfim, pagar pelo que fez.
“A expectativa é de que o Tribunal receba a denúncia e que ele finalmente possa ser processado pelo crime e ao final condenado pelo homicídio do Hugo Guimarães. A família entende que ele agiu com dolo porque conduziu o quadriciclo sem habilitação e embriagado, segundo as provas encaminhadas ao altos”, afirmou Rafael Vilhena.
Relembre o crime
Conforme denúncia do MPRN, o médico paraibano estava em São Miguel do Gostoso, no Rio Grande do Norte, passando o feriado de Finados. No local, o promotor Sidharta John estava bêbado com amigos e familiares e resolveu dirigir um quadriciclo.
Durante a condução do veículo, Sindharta atropelou o médico, que estava em uma calçada. Hugo Guimarães chegou a ser socorrido, mas morreu.
O MPRN entendeu que, por estar conduzindo um veículo estando embriagado, o promotor tinha consciência de que poderia matar alguém conduzindo o quadriciclo no estado que se encontrava e, por isso, o crime se enquadra como homicídio doloso.
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