Paralelamente, de junho pra cá, caiu de 63% para 39% o percentual de brasileiros que espera elevação no índice de preços. Também a melhor taxa nestes quatro anos de governo.
Para 24% a inflação vai permanecer no patamar atual. A expectativa do Boletim Focus, realizado por economistas do mercado financeiro, é de um índice de preços passando de 5,8% neste fim de ano para 5,2% no final do próximo. Ou seja, uma ligeira queda.
O otimismo é maior entre aqueles com renda até dois salários mínimos, parcela em que 37% esperam queda da inflação. Já entre os entrevistados com renda superior a dez mínimos (70% neste último grupo esperam alta do índice de preços), apenas 9% têm a mesma esperança.
Há também um recorte político: 67% dos eleitores de Bolsonaro esperam alta da inflação, enquanto apenas 14% dos eleitores de Lula têm a mesma impressão.
Segundo o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, o ano fechará com acúmulo de 5,9% nos preços.
Caso se confirme, será o terceiro ano consecutivo em que o governo não consegue cumprir as metas de inflação estipuladas pelo Banco Central (BC).
Desemprego
Segundo o Datafolha, são 36% os brasileiros que projetam piora do mercado de trabalho nos próximos meses, enquanto 37% veem melhora. Esse último dado é o melhor para o período de quatro anos.
No final do ano passado, 35% esperavam aumento do desemprego, mesmo percentual dos que previam queda. Em junho, 45% estavam pessimistas, e 23%, otimistas.
Atualmente a taxa de desocupação está em 8,3%, mas esse índice bateu o pico de 14,9% durante o governo Bolsonaro.
No Nordeste e entre pessoas com baixa instrução, o otimismo com o mercado de trabalho é maior.
Dívidas
O Datafolha perguntou ainda quantos brasileiros possuem alguma dívida, e 38% responderam que estão no vermelho.
A parcela dos que têm dívida atrasada no cartão de crédito oscilou de 26% para 24% de junho a dezembro. São 33% entre os desempregados.
O percentual de consumidores com conta de luz em atraso passou de 17% para 12%. Na conta de água, de 13% para 9%. Aluguéis ou prestações de imóveis, de 9% para 7%.
Na conta de gás, o percentual de atrasos passou de 6% para 4%. Nas prestações de veículos e mensalidades escolares se manteve em 5%. Parcelas de planos de saúde, de 4% para 3%.
O instituto aponta ainda que mulheres são mais inadimplentes que os homens, 42% a 34%.
A quantidade de pessoas que disse que o salário é insuficiente caiu de 63% em junho para 60% na pesquisa atual.
Para 37%, não é suficiente e às vezes falta. É muito pouco, trazendo muitas dificuldades para 23% dos entrevistados.
Para 35%, é exatamente o que precisam para viver. Outros 5% dizem ser mais do que suficiente.
Economia IG