O coordenador do GAECO, Octávio Paulo Neto, anda tranquilo e consciente de novos procedimentos diante da decisão do Ministro Gilmar Mendes de enviar processos envolvendo o ex-governador Ricardo Coutinho para a esfera eleitoral, mas se diz seguro da existência de fartas provas capazes de incriminar o líder político em situação, a partir da Operação Calvário muito distante e sem nenhuma relação com a Lava Jato. Ele comentou as falas de RC negando crimes como fruto da retórica possível.
Ele foi direto à comparação entre a Calvário e a Lava Jato que, recentemente, o STF inocentou o ex-presidente Lula:
– Ontologicamente, a Calvário não guarda absolutamente nenhuma ligação com a Lava Jato, até porque as matrizes de prova são totalmente diversas, disse ele em contato com o Portal WSCOM adiantando que “no caso da Calvário existe uma miríade de provas, áudios, vídeos, relatórios de diversos órgãos de controle, portanto, são cenários diversos”.
– Mas, o ex-governador diz inexistir provas contra ele. Qual sua análise?:
– Este estado psicológico de negação é bem peculiar e ele tem todo direito de erigir qualquer narrativa, porque no Brasil inexiste crime de perjúrio, por decorrência do chamado de princípio “nemo tenetur se detegere” o direito de não produzir prova contra si mesmo, observou.
Indagado sobre a decisão do Ministro Gilmar Mendes de enviar processos para a esfera eleitoral, ele comentou:
– O Ministério Público recorreu e espera que a turma corrija a decisão, entretanto, caso seja mantida a decisão iremos aceitar tranquilamente, frisou ele para concluir:
– Saiba que a luta pela integridade não se faz de episódios , mas sim pela consistência, pela insistência, pela constância e isto iremos continuar fazendo porque somos pagos para fazer, concluiu.
PROVAS ADICIONAIS
O coordenador do GAECO adicionou, inclusive, decisão do TCE/PB desta semana determinando a devolução de milhões de reais da gestão de Ricardo Coutinho, segundo argumentos levantados pelo Tribunal:
– Entre as despesas irregulares não comprovadas pelo IPCEP, destacam-se transferências bancárias no valor de R$ 310.9 mil; superfaturamentos nos contratos com as empresas Hunter Ltda e Power Ltda, respectivamente, R$ 1.320.914,67 e R$ 1.756.269,02; pagamento de R$ 400.526,70 em duplicidade à empresa ATL Ltda; pagamentos sem comprovação que atingiram R$ 1.750.781,82; diferença não justificada em gastos com insumos no montante de R$ 2.873.387,53 e repasses ilegítimos no montante de R$ 1.503.053,55, entre outros.”
Segundo ele, ” parte destas empresas são da zona de influência de Daniel Gomes ( flagrado em áudios negociando com o ex-governador), além, lógico, do IPCEP que ele alugou para usar no Estado, portanto, tudo isso tudo é invenção, está todo mundo errado
e ele tá certo? Não”.