Mal o ano iniciou e a maioria dos contribuintes já se vê com inúmeras contas novas a serem pagas, como IPVA, IPTU, material escolar, entre outros. Mais que isso, já é preciso começar a se preparar para a declaração do Imposto de Renda .
A Receita Federal ainda não divulgou as normas para declaração neste ano, mas, como não houve lei que mude as regras, continuam valendo as faixas de declaração do ano passado. Normalmente, a Receita divulga em fevereiro as regras para declaração.
Diogo Chamun, diretor de políticas estratégicas e legislativas da Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas), explica que, historicamente, a Receita Federal começa a receber as declarações após a disponibilização do programa, a partir de 1º de março até 30 de abril. Nos últimos três anos, em razão da pandemia, houve prorrogação dos prazos.
“A sugestão é que o contribuinte comece, logo no início do ano, a reunir a documentação necessária, como comprovantes médicos e de outros serviços que possam ser deduzidos da declaração. As informações sobre recebimentos, bancos e fontes pagadoras têm até dia 28 de fevereiro para entregar aos beneficiários e somente a partir de então é possível ter a documentação completa”, destaca.
Chamun explica ainda que se não cumprir o prazo, há a multa, que tem valor mínimo de R$ 165,74.
“Orientamos que, se na hora da declaração, o contribuinte perceber a falta de algum documento, ainda assim é possível transmitir com as informações que tem, e depois fazer a retificação, que não gera multa”, ressalta.
Neste ano, como a tabela do IR não sofreu alteração, os critérios para a declaração serão os mesmos do ano passado.
O presidente da Fenacon, Daniel Coêlho, explica que, em razão disso, mais pessoas terão de pagar o tributo. “A tabela do Imposto de Renda está com defasagem superior a 58%. Atualmente, a taxa de isenção é R$ 1.903. Nessa toada, quem ganha esse valor terá que declarar também”, aponta.
Quem deve declarar IR em 2023?
- – Quem recebeu rendimentos tributáveis superior a R$ 28.559,70;
- – Quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte superior a R$ 40.000,00;
- – Quem obteve ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas;
- – Sobre a atividade rural quem obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50 e quem pretende compensar algum saldo devedor em impostos;
- – Quem teve, em 31 de dezembro de 2022, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300.000,00.
Valores das deduções no Imposto de Renda
- Dedução mensal por dependente: R$ 2.275,08 (valor mensal de R$ 189,59)
- Limite anual de despesa com educação: R$ 3.561,50
- Limite anual do desconto simplificado (desconto padrão): R$ 16.754,34
- Para despesas de saúde devidamente comprovadas não há limite de valores
- Cota extra de isenção para aposentados e pensionistas a partir de 65 anos: R$ 24.751,74 no ano (R$ 22.847,76 mais R$ 1.903,98 relativos ao 13º salário)
- Prazo
É importante começar a reunir os documentos. Empresas, instituições financeiras e órgãos públicos terão até o dia 28 de fevereiro para entregar o informe de rendimentos referente a 2022. O contribuinte, por sua vez, pode começar a organizar os recibos de deduções do IR.
Economia IG