O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSD), participou na manhã desta de uma audiência pública na Câmara de Vereadores para discutir empréstimos que a gestão tenta aprovar junto ao parlamento mirim. O bloco de oposição tem se posicionado contrário ao crédito de US$ 52 milhões.
Na Tribuna, Bruno se dirigiu aos parlamentares oposicionistas e disse que “não era ladrão”. A frase foi usada para rebater as informações de que o gestor teria controle sobre o dinheiro. Cunha Lima afirmou que os depósitos são feitos diretamente pelo Banco que cederá o empréstimo.
O gestor campinense não poupou críticas ao vice-governador Lucas Ribeiro (PP), que foi vice-prefeito nos dois primeiros anos da gestão de Bruno.
“Eu ouvi na imprensa e vi Lucas fazendo interferência na tentativa de criar um debate entorno do assunto, faz parte da política. O que estranha é o fato de que quando a carta foi submetida, nós [ele e Lucas] éramos aliados. A carta foi assinada pela prima de Lucas [ex-secretária de Obras, Fernanda Ribeiro]. Naquela época era bom, e agora não”, ironizou.
“Essas obras que estou aqui não dizem respeito a mim, nem a vocês [parlamentares]. Essas ações que estão aqui dizem respeito a milhares de campinenses que esperam há décadas”, frisou.
Bruno defendeu a aprovação do empréstimo como alternativa para obras e ações na Rainha da Borborema. “Quando a gente assumiu, a gente notou que Campina Grande tinha perdido a capacidade de planejar. Porque ela perdeu a capacidade de financiar. Ninguém contrata um projeto de um arquiteto, se ele sabe que não tem condições de fazer”, destacou.
O gestor lembrou que o Governo da Paraíba, durante os governos João Azevêdo I e II, conseguiu aprovação de créditos superiores a R$ 1,5 bilhão junto à Assembleia Legislativa e empréstimos junto ao BID e Agência Francesa em João Pessoa.
“O que nós estamos pedindo é menos de R$ 300 milhões”
“Estamos aqui falando da vida das pessoas. E da mesma forma que eu fui ao governador João Azevêdo propor que parcerias sejam construídas, estou aqui da mesma forma, para pedir apoio de vocês. Vocês já mostraram apoio duas vezes quando aprovamos o BRB e da Caixa Econômica Federal. Eu peço que no momento de oportuno. A eleição é o momento da discussão, a gestão é o momento da discussão. Acima dos meus interesses ou de qualquer partido, precisa estar o interesse de Campina”, afirmou.
Oposição pede mais transparência sobre projeto
A vereadora Jô Oliveira (PCdoB), vice-líder do bloco de oposição, rebateu à fala de Bruno em críticas à bancada oposicionista. “A gente tem responsabilidade no que fala, trata e se posiciona. Inclusive a gente precisa apontar porque é oposição”, disse.
A parlamentar criticou a falta de transparência nos projetos que são enviados pelo Poder Executivo ao Legislativo Municipal.
“Já lhe falei [Bruno] em outros momentos dos problemas que tenho nos projetos do Executivo que chegam nessa Casa. Muitos projetos que chegam aqui do Executivo trazem as razões, mas o corpo da lei não tem. E foi exatamente esse questionamento que eu fiz”, afirmou.
O líder da Oposição, Pimentel Filho (PSD), refutou a tese de que o bloco estaria “a serviço do Governo do Estado”.
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