O projeto de ser candidato ao Senado em 2022 do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) não é tão simples de ser executado. É cheio de grandes e pequenos obstáculos. O que não impede do político afirmar, na guerra discursiva, que estará na disputa.
Ricardo está inelegível até outubro do ano que vem, de acordo com decisão do TSE, tomada dias antes da eleição ano passado, em novembro. Difícil reformar a decisão.
Teve duas contas reprovadas no TCE-PB e, se a decisão foi mantida pelos deputados estaduais, será mais um colegiado o condenando. Mais um colegiado impondo tempo com direitos políticos cassados.
Ricardo já foi “rei” na Assembleia, mas antigos aliados já não querem mais seu retorno e, para muitos, colocar uma pá de cal na carreira política do socialista é um desejo antigo.
O último obstáculo ficou evidente nos últimos dias e apareceu dentro do próprio partido no qual ele foi liderança de proa.
Ricardo não tem a garantia da Executiva Nacional nem da Estadual que será candidato pela legenda. Nessas instâncias, por enquanto, tem mais silêncio e ‘desconfiança’. E, para evitar falar no assunto, neste momento, Carlos Siqueira, o dirigente nacional, e Gervásio Maia, presidente estadual, afirmam que o assunto só será debatido em 2022.
Coutinho ainda luta na Justiça para conseguir a elegibilidade. Para muitos especialistas, uma possibilidade remota.
E para quem está se perguntando sobre as denúncias da Operação Calvário, lembramos que, pelo menos por enquanto, sem nenhuma condenação na 1º instância, as acusações não devem afetar nas questões formais de uma eventual candidatura. O impacto é forte, no entanto, no capital eleitoral.
No âmbito político, resta ao ex-governador o apoio “irrestrito” de Lula, pré-candidato à presidência da República, e a influência dele de mudar pensamentos e influenciar aliados. Na vinda à Paraíba, em julho, Lula deve encontrá-lo. Tem uma dívida de gratidão a RC, que, em todos os cenários adversos dos últimos anos, defendeu o petista.
Com o PSB bem mais próximo do PT, Lula pode ser a ponte para Ricardo voltar a ser prioridade na própria legenda. Ou, em outra hipótese, ser recebido pelo petistas paraibanos de braços abertos.
Fonte Jornal da Paraíba