Principal fonte de abastecimento de Campina Grande e mais 18 municípios do Compartimento da Borborema, o açude Epitácio Pessoa em Boqueirão, se aproxima dos 40% de sua capacidade.
O manancial que este ano completa 66 anos de existência, está a 9 metros de atingir a capacidade máxima, e amanheceu este sábado (25), com 178.818.360 milhões de metros cúbicos, o que corresponde a 38,33% de sua total capacidade de armazenamento que é de 466.525.964
Devido as chuvas caídas no Cariri paraibano e que provocaram a cheia do Rio Taperoá, o volume do Açude Epitácio Pessoa, subiu mais de 1,02 metro na lâmina d’água em 25 dias, conforme dados colhidos pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Em um intervalo de 25 dias, o reservatório recebeu mais de 20 milhões de metros cúbicos de água, passando de 152.331.458 metros cúbicos para os atuais 178.818.360 m³ .
No começo da semana o açude estava com 171.922.753 metros cúbicos. Somente em um dia, a recarga foi de mais de 17 milhões de metros cúbicos de água. A grande recarga de água no manancial é resultado das chuvas intensas que caíram no Cariri paraibano.
Com capacidade para armazenar 411,686 milhões de metros cúbicos de água, o manancial inaugurado em 16 de janeiro de 1957, pelo Dnocs, sangrou pela última vez em 2011 e já registrou, pelo menos, 18 sangrias. Elas foram notificadas nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986, 1989, 1999, 2004, 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011.
Segundo a meteorologista Marle Bandeira, da Agência Executiva de Gestão das Águas no estado da Paraíba (Aesa), as regiões do Cariri/Curimataú, Alto Sertão e Sertão encontram-se em seu período chuvoso durante o outono. No Agreste, Brejo e Litoral, tem início o período mais chuvoso, nos meses de abril a julho.
Este ano completa seis anos do encontro das águas da transposição do Rio São Francisco com o espelho d’água do açude de Boqueirão. O encontro das águas ocorreu no dia 18 de abril de 2017, 41 dias após as águas do “Velho Chico” chegarem à cidade de Monteiro, na Paraíba.
Com o pior nível desde a fundação, no fim da década de 1950, Boqueirão começou a receber as águas do Rio São Francisco com a expectativa de sair do volume morto em até três meses, o que aconteceu. O açude que abastece 1 milhão de habitantes em Campina Grande e outras 18 cidades, atravessou uma de suas piores crises e chegou a 2,9% da capacidade. Hoje a realidade é bem diferente, e o reservatório vive uma nova expectativa de sangria.
Severino Lopes
PB Agora