Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central voltaram a subir a projeção da inflação para este ano pela quinta semana consecutiva. Segundo os dados compilados pelo Boletim Focus e divulgados nesta segunda-feira, 4, o IPCA deve encerrar o ano em 4,59%. A perspectiva é 0,04 ponto maior que a da semana passada.
A projeção do mercado financeiro é que a economia estoure a meta de inflação. Neste ano, o centro é de 3%, com margem de tolerãncia até 4,5%.Para 2025, os analistas também subiram a estimativa de inflação, de 4% para 4,03%. A desancoragem da inflação é dos grandes motivos que levaram o Banco Central a iniciar o aumento das taxas de juros.Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne e deve anunciar mais um ajuste na Selic. Os analistas preveem a Selic em 11,75% ao fim deste ano, o que indica um aumento de meio nesta reunião e mais meio ponto na próxima.
A pressão inflacionária tem como pano de fundo um cenário externo instável — com as eleições nos Estados Unidos — e aumento do risco fiscal. Nesta segunda, o governo deve se reunir para discutir o prometido pacote de corte de gastos.
O mercado também voltou a projetar uma alta do dólar, fator relevante para a inflação. No Focus desta semana, os analistas estimam o dólar a R$ 5,50 ao fim do ano, 5 centavos a mais do que no relatório da semana passada. A projeção, no entanto, é mais tímida que a cotação atual, que está na casa dos R$ 5,87.
Além da desancoragem inflacionária, o avanço da atividade econômica também é um o avanço da atividade econômica também é um dos motivos que levou o BC a começar a o ciclo de aperto monetário. os economistas consultados pelo Focus esperam que o PIB varie 3,10% neste ano, 0,02 a mais que o projetado na semana passada. A estimativa do mercado, entretanto, segue abaixo do estimado pelo Executivo e pelo BC, que é de um avanço de 3,2% para este ano.