“Osetor arca mais uma vez com o prejuízo e o ônus de uma situação que ele não deu causa, e principalmente na data do Dia dos Namorados, que é uma data que não promove aglomeração, é um casal que vai sentar em uma mesa com o distanciamento de dois metros, com a ocupação de 30% do salão”.
A afirmação partiu do presidente do Sindicato da Hospedagem e Alimentação de Campina Grande (SindCampina), Divaildo Bartolomeu Jr., durante entrevista concedida a uma emissora de rádio local.
Na ocasião, ele lamentou as restrições impostas ao setor pelos decretos estadual e municipal, emitidos com a pretensão de conter o avanço da pandemia de coronavírus no Estado.
De acordo com Divaildo, o setor está mais uma vez sendo impedido de trabalhar e vai ter que apelar para o delivery, pedindo que os clientes, e, em especial os casais, optem por comprar o jantar via delivery de restaurantes de Campina Grande, até como forma de solidariedade às empresas, para que estas consigam se manter e manter empregos.
“Em Campina Grande nós perdemos no início da pandemia algo em torno de 600 empregos no setor de hospedagem, alimentação e similares. Do início do ano pra cá você já vai somando de 230 a 240 empregos perdidos. É uma situação muito complicada, porque com o passar do tempo nós vamos perdendo também aquela identidade, a memória gustativa do cliente vai se desfazendo, os apps de delivery vão avançando de forma rápida e os restaurantes de porta aberta tradicionais são os que mais sofrem com tudo isso, sem falar nos bares que precisam funcionar à noite”, explicou.
Não só o Dia dos Namorados, mas a ausência do São João como um todo também está colaborando com o desgaste do setor representado pelo SindCampina, segundo o sindicalista.
O período junino, em sua visão, é como o balão de oxigênio financeiro, que possibilita triplicar o faturamento em um curto período de tempo.
“É um período que traz recursos financeiros de outros estados, até de outros países, e já faz dois anos que não temos esse aporte financeiro, não só para o setor de gastronomia e hospedagem, mas para toda uma cadeia produtiva, inclusive o comércio varejista, proporcionando reflexo na economia da Paraíba. É uma representação cultural e econômica primordial para economia estadual”, salientou.
Divaildo opinou ainda que enquanto a vacinação em massa continua incerta, a realidade seguirá dura para a economia que permanece sobre o que ele citou como “insegurança jurídica geradas por decretos”.
“Sem entrar no mérito ou não da sua necessidade, mas é muito complicado para o empresário conseguir planejar sua vida daqui para o final do ano sem a certeza de que pelo menos ele vai conseguir continuar trabalhando com 30% da sua capacidade, que já é muito pouco”, ponderou.
Por fim, o gestor disse ainda que nesse momento enxerga que uma solução seria utilizar-se da arrecadação do Estado para o investimento no empresariado local, com redução da carga fiscal e investimento público na compra de mercadorias dentro dessas empresas.