O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) e a Polícia Ambiental realizaram, no domingo (24), em Salgado de São Félix, uma operação que identificou um projeto irregular de castração de animais. Quatro pessoas, entre eles dois médicos-veterinários, foram multadas individualmente em R$ 10 mil pela prática de maus-tratos contra animais e conduzidos à Polícia Civil para abertura de inquérito.
A operação foi montada após o CRMV-PB receber denúncia de um projeto irregular de castração de animais, iniciar uma investigação e descobrir que a ação ocorreria no dia 24 de março em Salgado de São Félix. Existe indícios de que o grupo vinha atuando em cidades paraibanas que fazem divisa com Pernambuco.
Chegando ao local, uma escola pública, os representantes do Conselho e os policiais encontraram animais anestesiados dentro de uma sala, alguns em uma mesa e outros em caixas de transporte. Dois médicos-veterinários de Pernambuco, dois auxiliares e uma secretária eram responsáveis pela ação que contava com o apoio da Prefeitura de Salgado de São Félix e da Secretaria Municipal de Saúde, que também serão investigados.
“Encontramos 10 animais sedados dentro de uma mesma sala, materiais que foram usados e seriam reutilizados nos procedimentos expostos, lixo transbordando e resto orgânico espalhado no chão, como os pelos tirados durante a tricotomia. Era uma cena deplorável”, relatou o coordenador do Setor de Fiscalização do CRMV-PB, Andrei Felipe.
O coordenador explicou que eles interromperam a ação e impediram que novos animais fossem castrados. Os que tinham sido castrados ou estavam sedados, foi esperada a recuperação para serem devolvidos aos tutores.
Além dos maus-tratos contra os animais pela forma de realização dos procedimentos, o projeto era irregular, uma vez que não tinha a aprovação do Conselho Regional de Medicina Veterinária. “Um projeto só pode ser desenvolvido se tiver a aprovação do CRMV, pois isso garante o respeito às normas, garante o bem-estar animal e cuidado com a saúde pública”, destacou o presidente do Conselho, José Cecílio.
O presidente contou que o caso também será levado ao Conselho de Pernambuco para apurar a conduta ética dos profissionais.
PB Agora