Diante de números cada vez maiores em relação aos gastos com a estrutura de saúde bancada por Campina Grande no enfrentamento da pandemia, desde janeiro deste ano, o prefeito Bruno Cunha Lima decidiu recorrer aos governos federal e estadual para que o Município não entre numa espiral de grave crise financeira neste atípico 2021. Nesse sentido, montou uma agenda política que incluiu uma viagem a Brasília, na noite dessa segunda-feira (31), e o pedido de uma audiência com o governador João Azevedo, para os próximos dias.
”Estamos caminhando para uma situação-limite, quanto à nossa capacidade instalada de atendimento às demandas crescentes local e estadual por leitos e tratamento em Campina Grande. E, por maiores esforços que façamos para racionalizar gastos e equilibrar as despesas, o custo covid na nossa rede está se tornando proibitivo”, revela e lamenta Bruno Cunha Lima.
De acordo com relatório da Secretaria de Finanças de Campina Grande, em termos de recursos financeiros transferidos pelo tesouro municipal, para fazer frente aos gastos da saúde e principalmente o enfrentamento da covid, o Município repassou em janeiro deste ano R$ 4,3 milhões para a Secretaria de Saúde. Em abril, o repasse já tinha chegado a R$ 5,7 milhões e uma dívida na ordem de R$ 20 milhões. A se manter nesse ritmo, os valores podem chegar a R$ 80 milhões no total, até dezembro de 2021.
Uma realidade que torna a situação ainda mais grave, segundo Bruno Cunha Lima, é que o atual volume de transferências de recursos federais para Campina Grande, nesses primeiros meses – a exemplo do que ocorreu com todos os municípios de porte médio no País – sofreu uma forte redução, em relação ao mesmo período do ano anterior. A ‘trégua” em relação ao pagamento das dívidas com a União também acabou, voltando a comprometer o desempenho das receitas.