O secretário de Estado da Saúde, Geraldo Medeiros, informou ao ClickPB que a Paraíba tem mais de 20 variantes do coronavírus em circulação, mas que a mutação indiana ainda não chegou ao estado. Na tarde desta sexta-feira (21), o médico disse ao site que o Laboratório Central da Paraíba (Lacen-PB) continua com o trabalho de sequenciamento de genoma do vírus.
“O sequenciamento genômico é feito desde o início da pandemia na Paraíba. O Laboratório Central da Paraíba é um dos poucos no Brasil que enviam amostras à Fiocruz”, explicou o secretário.
Geraldo Medeiros destacou que, na Paraíba, estão identificadas duas variantes do coronavírus: a P1, de Manaus, e a P2, do Rio de Janeiro, embora haja um total que ultrapassa as 20 mutações presentes na Paraíba.
Variantes
Em fevereiro, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) havia alertado a população que uma variante mais contagiosa do coronavírus estava em circulação na Paraíba. A confirmação veio após o sequenciamento genético de amostras com alta carga viral, dentro da rotina de enfrentamento da pandemia e monitoramento da doença no estado. Eram três pacientes confirmados até aquele final de fevereiro.
Variante pode ser entendida como o vírus que mudou durante o processo de replicação. Milhares de variantes da SARS-CoV-2 estão circulando no mundo e muitas ainda irão surgir ao longo do tempo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para a saúde pública, o sequenciamento genético do vírus, aliado a outros estudos, possibilita sugerir se as mutações identificadas podem influenciar potencialmente na patogenicidade, transmissibilidade, além de direcionar medidas terapêuticas, diagnósticas ou ainda contribuir no entendimento da resposta vacinal.
De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, a SES, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB), da Gerência Executiva Vigilância em Saúde, em parceria com o Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (Lavimap) da Escola Técnica de Saúde da UFPB, está executando o monitoramento de amostras que fazem parte hoje da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigilância em Saúde. Ele explicou, em feveireiro, que em dezembro a secretaria recebeu da Fiocruz-RJ os resultados dos sequenciamentos que apresentaram a circulação de diversas linhagens do vírus, sendo as principais linhagens a B.1.1.33 e B1.1.28. Também foi identificada a circulação da variante portadora da mutação E484K na proteína Spike em três amostras do estado, sendo uma delas a 2ª amostra do caso confirmado de reinfecção. Essa nova linhagem foi classificada como B.1.1.28 (E484K) ou P2.
A Paraíba é o segundo do Nordeste com identificação da linhagem P.1. Até o dia 5 de fevereiro, o estado tinha 11 linhagens circulando em seu território, sendo o quarto com maior número de linhagens identificadas, depois de São Paulo (26), Rio Grande do Sul (12) e Rio de Janeiro (16). Geraldo Medeiros reforçou, na época, que é fundamental o entendimento que o sequenciamento genético não altera diagnóstico nem tratamento, mas sim colabora junto aos dados clínicos no conhecimento da doença para sua contenção.
“As medidas de prevenção e controle permanecem as mesmas, como o distanciamento físico, etiqueta respiratória e de higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfecção de ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme critérios vigentes”, explicou o secretário.