Em 4 anos, 4.400 brasileiros foram presos no exterior por crimes relacionados a drogas
Segundo dados do Itamaraty, 2022 foi o ano em que mais brasileiros foram detidos por tais delitos em território estrangeiro.
Maioria dos detidos tentou entrar com entopercentes em outros países, crime de narcotráfico.
Fator socioeconômico é um dos principais determinantes para a alta incidência desses crimes.
Os altos valores pagos àqueles que transportam a droga tornam a atividade tentadora.
Ao todo, 4.394 brasileiros foram presos por tráfico, posse ou consumo de drogas no exterior de 2018 a 2022, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Os dados mostram ainda que em um período de dez anos, de 2012 a 2022, crimes relacionados a drogas foram os delitos mais cometidos por brasileiros em território estrangeiro.
O ano de 2022 foi o período em que mais brasileiros foram presos por crimes relacionados a drogas no exterior de 2018 a 2022: 1.076, o que representa 39,4% do total. Na sequência, aparecem os anos de 2019, com 1.042 (49,17%); 2021, com 767 (37%); e 2020, com 748 (41,1%).
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Segundo o advogado Victor Del Vecchio, mestre em direito internacional pela Universidade de São Paulo (USP), o fator socioeconômico é um dos principais determinantes para a alta incidência da prática desses crimes por brasileiros no exterior. Em um contexto de vulnerabilidade social e econômica, os altos valores pagos àqueles que transportam a droga, conhecidos como “mulas”, tornam a atividade tentadora e atraente.
Del Vecchio explica que, no contexto latino-americano, a droga mais comercializada é a cocaína, que tem um alto valor de mercado e é muito lucrativa para a cadeia que gira em torno dela. O transporte da droga é a etapa mais lucrativa de todas, muito mais do que o trabalho de produção ou distribuição pelo comércio.
“É comum pessoas envolvidas com o transporte de drogas não terem nenhum histórico ou ligação com a criminalidade”, afirma o advogado. “Na maioria das vezes, são pessoas desempregadas, pais e mães de família que, diante da necessidade, acabam aliciados pelos valores sedutores que o crime organizado oferece”, acrescenta.
R7