Dados divulgados pelo Serasa mostram que 40,34% dos paraibanos tem alguma dívida. Agora, uma parcela dessa população terá a oportunidade de renegociar essas dívidas desde que elas sejam menores de R$ 5 mil. A expectativa é que 30 milhões de pessoas sejam beneficiadas pelo Programa Desenrola que deve entrar em vigor em julho e aliviar a situação das pessoas de baixa renda que estão com o nome sujo.
O lançamento do programa já foi adiado diversas vezes porque a B3, a bolsa de valores brasileira, estava elaborando o sistema informático para os credores aderirem às renegociações. “Tem uma série de providências burocráticas a serem tomadas até abertura do sistema dos credores”, justificou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista a Agência Brasil.
A chegada da pandemia de covid-19 foi um dos fatores responsáveis pelo aumento no endividamento do brasileiro, já que muitos perderam o emprego, daí em diante a situação foi se complicando cada vez mais. Segundo dados oficiais da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a perda do emprego atingiu 66 milhões de brasileiros.
O número de dívidas em atraso no Brasil, em abril deste ano, cresceu 18,42% em relação ao mesmo período de 2022. A dívida com os bancos responde pelo maior n[úmero de casos de inadimplência: 63,8% do total. Em média, os brasileiros inadimplentes devem a duas empresas.
O programa estar atrelado à vontade das empresas credoras, mesmo assim o ministro se disse otimista em relação ao Desenrola. “O programa depende da adesão dos credores, uma vez que a dívida é privada. Mas nós entendemos que muitos credores quererão participar do programa dando bons descontos justamente em virtude da liquidez que vão obter, porque vai ter garantia do Tesouro [Nacional]”, comentou Haddad.
A empresa credora que participar terá garantia do Tesouro caso o devedor não consiga honrar os compromissos. Para Haddad, o fato de o Tesouro cobrir eventuais calotes incentivará os credores a oferecerem o máximo de desconto possível aos devedores.
“O programa funcionará como um leilão. A ideia é que o credor dê o maior desconto possível, porque ele tem um estímulo para isso [a garantia do Tesouro Nacional]”, explicou o ministro.