A modesta cidade de Santa Inês, no sertão da Paraíba, estaria sendo monitorada pelo ex-ministro do governo Bolsonaro, Anderson Torres, que está preso preventivamente e é investigado pela Polícia Federal (PF) por supostas interferências no segundo turno das eleições presidenciais em outubro do ano passado.
Em novo documento, que faz parte do inquérito da PF e estava sob sigilo, mas divulgado pelo portal g1 nesta sexta-feira (28), o município do Vale do Piancó paraibano aparece numa planilha que faz relações de cidades e votações de Lula e Bolsonaro no 1º turno em 2022.
A suspeita da Polícia Federal é de que essas cidades estariam sendo vigiadas por Anderson Torres para direcionar a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de bloqueios nas rodovias.
Segundo a apuração da PF, as planilhas teriam sido encomendadas pelo ex-ministro de Bolsonaro e produzidas por Clebson Ferreira de Paula Vieira a pedido de Marília Alencar, então diretora de inteligência do Ministério da Justiça. Ela alegou à PF que Anderson estaria monitorando indícios de compra de voto.
No dia 30 de outubro de 2022, segundo turno das eleições, a PRF realizou múltiplas blitze e parou veículos que transportavam eleitores em todo o país. A maior parte das operações, no entanto, aconteceu em estados do Nordeste, onde Lula teve expressa maioria dos votos.
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