O primeiro vice-presidente do senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), revelou que o partido MDB pretende recuperar o protagonismo de outrora nas próximas eleições. O presidente da sigla na Paraíba disse ainda que foi favorável à instalação da CPI da Covid-19, mas que o momento não é de impeachment, e afirmou que pode sim apoiar o ex-presidente Lula nas próximas eleições em 2022 como alternativa contra Jair Bolsonaro, mas que acredita numa “terceira via”.
Questionado sobre a CPI da Covid-19, que irá apurar atos e omissões no combate a pandemia de coronavírus no país Veneziano afirmou que “houve e há fundamentos para que a Comissão Parlamentar de inquérito seja instalada”, disse o senador em entrevista ao programa Arapuan Verdade desta quinta-feira (22). Ele ainda destacou a conduta do presidente do senado, Rodrigo Pacheco, que de acordo com Veneziano é um parlamentar correto e íntegro, e que não há duvidas de sua imparcialidade na condução do caso.
Veneziano disse ainda que o presidente Jair Bolsonaro tentou abrandar a situação e diminuir a pressão da sociedade diante do número de mortos pela pandemia, mas que “grande parte de tudo aquilo que estamos a vivenciar tem a participação inconsequente e irresponsável do governo federal, não há como esconder”, disse o senador, mas reiterou que o momento não é de impeachment.
Eleições 2022
O senador Veneziano também falou sobre a recuperação do protagonismo do partido. Perguntado sobre as pretensões do MDB para a disputa presidencial em 2022, o senador disse que o partido deve sim ser protagonista nas eleições do próximo ano, e adiantou que esse é o sentimento com os demais senadores da sigla.
“Nós temos um grupo de WhatsApp, os 15 senadores, e dizíamos exatamente isso. É fundamental que nós comecemos a tratar sobre esse tema. Na Câmara Federal o MDB abriu um espaço importante de compor um bloco com o Cidadania. Então o MDB precisa ter essa compreensão”, afirmou.
“Na minha opinião, é fundamental que nós voltemos a tratar sobre este tema. Na câmara federal o MDB abriu um espaço importante que foi o de compor, através de um bloco formalizado com o Cidadania. Então o MDB precisa ter essa compreensão, não podemos fazer com que esta impressão que nesses últimos anos que aparte a sociedade, a imprensa tem de que o MDB aguarda, que não trabalha, não constrói, dentro da própria legenda organicamente uma opção para país, quando na verdade temos grande quadros, mas ao longo dessas quase duas décadas nós não nos permitimos uma participação efetiva direta, como cabeça de chapa”, declarou o parlamentar.
Veneziano afirmou que a população anseia por uma união do centro, que poderia ter sido construída nos últimos dois anos. Ele comentou que existe um espaço para uma “terceira via”, em um processo de união entre partidos, dentre eles o MDB, mas reconhece que essa possível união seja tarde para enfrentar a polarização protagonizada pela esquerda, com o ex-presidente Lula (PT), e pela direita, com o atual presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Eu penso que sim, não há como negar. Os próprios números mostram isso. O que a gente lamenta é que nesses dois anos esse trabalho não ocorreu. Pode ser que tenha sido tarde”, disse.
Questionado sobre o ex-presidente Lula, Veneziano vê o petista como forte candidato à presidência e disse que poderia sim apoiá-lo nas próximas eleições em 2022.
Wscom