Os irmãos Joesley e Wesley Batista, executivos das empresas do grupo J&F, que controla a JBS e foram alvos da Operação Lava Jato, integrarão a viagem do presidente Lula Inácio Lula da Silva à China. A informação foi divulgada neste sábado (18) pelo jornal “O Globo”.
Em 2017, Joesley ficou conhecido nacionalmente por ter gravado o então presidente Michel Temer supostamente dando aval para a compra do silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato.
A assessoria da presidência não comentou o tema.
A viagem de Lula está prevista para acontecer entre 26 e 31 de março. Em Pequim, capital chinesa, estão previstas reuniões com o Presidente Xi, com o Primeiro-Ministro da China, senhor Li Qiang, e com o Presidente da Assembleia Popular Nacional, senhor Zhao Leji.
Além de empresários, a comitiva presidencial será composta de parlamentares, governadores, ministros de Estado. Ao longo da visita, segundo o Palácio do Itamaraty, haverá eventos empresariais, seminários e a assinatura de atos governamentais.
A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2022, segundo dados oficiais, a corrente de comércio (exportações e importações juntas) atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões.
Relembre
Em 2017, os irmãos Batista fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Eles revelaram, na ocasião, que um esquema de corrupção, do qual eles participaram, que começou em Mato Grosso do Sul.
Por medida cautelar, os empresários haviam sido proibidos de trabalhar, desde 2017, em suas empresas.
Em 2020, porém, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu autorizar que os irmãos voltassem a exercer funções executivas nas empresas do grupo J&F.
No ano passado, eles figuraram na lista dos dez maiores bilionários do Brasil pela revista Forbes. A fortuna de ambos estava estimada em R$ 22,5 bilhões, cada um deles.