98% dos operadores de mercado acham que a política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está indo na direção errada, de acordo com pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (15).
A pesquisa ouviu a opinião de 82 gestores, economistas e analistas de fundos de investimentos com sede no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Além da esmagadora maioria acreditar que a política econômica do governo é errada, 94% disseram confiar pouco ou nada no presidente Lula; 5% confiam mais ou menos, enquanto 1% confia muito.
A perspectiva do mercado, porém, é bastante diferente da opinião pública, aponta a Genial/Quaest. Enquanto 78% do mercado acredita que a economia vai piorar nos próximos 12 meses, 62% do público geral acha que haverá melhora no mesmo período.
Banco Central e Selic
A relação do governo Lula com a diretoria do Banco Central (BC) é negativa para 90% dos entrevistados. Recentemente, o presidente e o órgão têm entrado em discordância no que diz respeito à taxa básica de juros da economia. Para Lula, a Selic, hoje fixada em 13,75% ao ano, deveria ser reduzida.
Enquanto o mercado aponta não confiar em Lula, 68% dos operadores disseram confiar muito no presidente do BC, Roberto Campos Neto; 30% confiam mais ou menos e apenas 2% confiam pouco ou nada. De todos os líderes políticos que apareceram nos questionamentos da pesquisa, Campos Neto foi o que obteve maior confiança do mercado.
Para 95% dos entrevistados, a manutenção da Selic a 13,75%, criticada por Lula, foi uma decisão acertada por parte do BC.
Gestão de Haddad
A respeito do trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, 52% dos entrevistados acham a atuação regular, 38% negativa e 10% positiva.
No quesito confiança, 66% disseram confiar pouco ou nada em Haddad; 33% confiam mais ou menos; e 1% confia muito.
Apesar das críticas, ideias defendidas pelo ministro são bem vistas pelo mercado. É o caso, por exemplo, do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), defendido por Haddad no desenho da reforma tributária. Para 98% do mercado, adotar a medida é uma decisão certa.
Brasil Econômico