Um grupo de caciques de aldeias indígenas do Povo Tabajara enviaram uma carta ao governador da Paraíba, João Azevêdo, denunciando a ocorrência de crimes ambientais no litoral sul, especialmente na cidade do Conde. Na manhã de hoje esse grupo realizou um protesto no local na tentativa de impedir qualquer ação de degradação na área.
De acordo com o cacique da aldeia Barra de Gramame, Carlos de Souza, a demarcação da área já está nas mãos da justiça e que não será aceito nenhum empreendimento no local. “Invadiram uma área que é nossa. Viemos para retomar o que é nosso”, frisou Souza.
De acordo com o documento enviado ao governador, há a ocorrência de desmatamento na Área de Proteção Ambiental (APA) de Tambaba, bem como nas falésias locais. A ação pode provocar deslizamento de terra que, além do dano ambiental, oferece risco às pessoas que circulam no local.
O documento é assinado pelo cacique da Aldeia Vitória, Ednaldo dos Santos Silva, o cacique da aldeia Barra de Gramame, Carlos de Souza e o cacique da Aldeia Nova Conquista Taquara, Paulo dos Santos Maciel.
De acordo com a carta, os trechos mais afetados são na área reivindicada no processo de demarcação das Terras Indígenas Jacoca e Barra de Gramame. Desde o dia 12 de janeiro, cerca de 12 homens armados e com motosserras tem cortados árvores de espécies que estão em grave risco de extinção como Batibutá, Murici-pitanga, Oiticica, Ouricuri da Praia, Acançu, Barbatimão, Angélica e ameixeiras.
Os responsáveis pelo desmatamento teriam colocado no local, placas com a autorização da Sudema para a atividade de degradação da área. Os indígenas não sabem se a placa é verdadeira, mas explicam que, sendo verdadeira, de acordo com a lei, os indígenas moradores da áreas próximas deveriam ter sido consultados previamente, o que não ocorreu.
Os caciques afirmam ainda que procuraram a Prefeitura do Conde, mas que, não apenas não foram ouvidos, como a gestão vem descumprindo acordos já firmados através do Ministério Público. Eles pedem que o governador verifique se a placa de autorização da Sudema é verdadeira e se for, que seja revogada a autorização. A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da Sudema, mas até o fechamento dessa matéria não obteve retorno.
Confira a carta:
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