Passados tantos anos, desde a “Abolição da Escravatura”, os resquícios de trabalho escravo ainda persistem em terras paraibanas. Muitos trabalhadores ainda são submetidos a exaustivas jornadas de trabalho realizadas em ambientes degradantes e incompatíveis com a dignidade humana.
Os trabalhos em situação análoga à escravidão, acontecem em diversas cidades do interior paraibano, principalmente, em fazendas na zona Rural. No entanto, as marcas da escravatura, que registem ao tempo, e burlam as leis, também podem ser vistas em grandes cidades e em locais inimagináveis.
Pelo menos 23 paraibanos foram resgatados de trabalho análogo ao escravo em todo o Brasil em 2022, segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Todos os 23 trabalhadores paraibanos resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão eram mulheres, sendo que 67% declararam ser analfabetas e outras 33% estudaram até o 5º ano incompleto. Todas elas também se autodeclararam pardas.
Os dados foram divulgados pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira (24). O resultado considera as fiscalizações concluídas e também as que estão em andamento. O número é resultado de 462 fiscalizações feitas pela inspeção do Trabalho em todo o país e foi divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira (24) por ocasião da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.
Todas essas pessoas resgatadas estavam em situação degradantes de trabalho, trabalhando de maneira forçada, em jornadas exaustivas ou em regime de servidão. Algumas dessas pessoas ficam nessas condições por anos.
Com relação à faixa etária, 33% tinham idades entre 30 e 39 anos. Todas moravam e eram naturais do Nordeste.
A atividade onde mais houve exploração de mão de obra na Paraíba, com relação ao número de resgatados, foi a de serviços domésticos, que totalizou três resgates.
No ranking nacional de números de trabalhadores resgatados, a Paraíba ocupa a 24ª posição e o 19º lugar na quantidade de ações de combate ao trabalho escravo realizadas. Já com relação ao local de origem dos trabalhadores resgatados em todo país, a Paraíba ficou em 16º lugar.
Durante o ano de 2022 foram resgatadas 2.575 pessoas que estavam em condições análogas às de escravo no Brasil. Número é o maior desde 2013, quando 2.808 pessoas foram retiradas dessas condições. Em 2021, já tinha sido registrado o maior quantitativo de resgatados.
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PB Agora