O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (2) que, se reeleito, vai atualizar a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) em 2023. A medida é uma antiga promessa de campanha de Bolsonaro, feita ainda em 2018, mas que não foi cumprida.
“Havia compromisso nosso de mexer na tabela, sim, buscar uma atualização. Veio a pandemia, aí foi uma desgraça para a gente, assim como algumas coisas, não consegui botar para frente”, disse o presidente, em entrevista à Rádio Guaíba. “Já está conversado com o Paulo Guedes, vai ter atualização da tabela do Imposto de Renda para o próximo ano, está garantido já”, continuou. Ele ainda disse que seu “casamento” com o atual Ministro da Economia “não tem data de validade, é enquanto durar o mandato”.
Sobre o reajuste, Bolsonaro disse ainda não saber o percentual. “Mas vamos começar a recuperar isso aí. Porque está virando, na verdade, o imposto de renda, um redutor de renda, e não uma tabela. Então, tem razão, está acertado com o Paulo Guedes, já entra aqui na Lei de Diretrizes Orçamentárias essa questão de correção da tabela”, prometeu Bolsonaro.
Promessa não cumprida
Durante a campanha para as eleições de 2018, Bolsonaro prometeu que isentaria do IRPF todos os trabalhadores que ganhassem até 5 salários mínimos (na ocasião, pouco menos de R$ 5 mil). No final de 2019, o presidente mudou o discurso e disse que isentaria quem ganhasse até R$ 3 mil. Em 2020, com a chegada da pandemia de Covid-19, Bolsonaro deixou a proposta de lado.
Atualmente, a faixa salarial para isenção vai até R$ 1.903,98. Em todo o Brasil, somente 8 milhões de trabalhadores são isentos do pagamento – defasagem de 134,53%, de acordo com a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco).
A última correção da tabela do IRPF aconteceu no governo de Dilma Rousseff, em 2015. Segundo a Unafisco, se a tabela fosse corrigida de acordo com a inflação, a faixa de isenção atingiria salários de até R$ 4.465,35.