O dólar tinha pouca alteração frente ao real na manhã desta quarta-feira (6), depois de na véspera ter pausado uma sequência de desvalorização, com investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos e o anúncio de novas sanções contra a Rússia.
Às 9h11, o dólar à vista avançava 0,14%, a R$ 4,6647 na venda. Na Bolsa de Valores brasileira no mesmo horário, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,16%, a R$ 4,6930.
Na véspera, a moeda spot subiu 1,10%, a R$ 4,6583 na venda, maior alta percentual diária desde o último 14 de março (+1,31%).
Banco Central iniciará nesta quarta-feira a rolagem integral de US$ 14,8 bilhões (R$ 68,6 bilhões) em contratos de swap cambial tradicional que vencem no próximo 1° de junho, informou a autarquia na noite de terça (5).
Os mercados negociam atentos à divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos). Investidores esperam encontrar no documento pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária para tentar frear a maior inflação no país em quatro décadas.
Diante do prolongamento da guerra na Ucrânia e possíveis novas sanções à Rússia devido a acusações de crimes contra civis cometidos na cidade ucraniana de Butcha, cresce a preocupação quanto à necessidade de um aumento de juros acima do previsto.
A restrição às matérias-primas russas para a produção de energia pode acelerar ainda mais a alta mundial de preços.
A Rússia é uma das principais exportadoras de petróleo e gás, além de ter uma produção importante de carvão. Os dois países em guerra também são grandes fornecedores de grãos.
Antes da abertura dos mercados de ações no Brasil e nos Estados Unidos, os índices futuros dos dois países indicavam um dia de baixa. Na Europa, as Bolsas de Londres, Paris e Frankfurt caíam 0,37%, 1,84% e 1,79%, respectivamente.
“Um Fed ‘hawkish’ significa que o crescimento será inibido porque a alta dos juros inviabiliza projetos”, disse Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos.
Hawkish é um termo utilizado no mercado financeiro para descrever uma política monetária restritiva quanto à oferta de crédito para combater a inflação. Na situação contrária, quando medidas para expansão do crescimento econômica são adotadas, o mercado diz que a autoridade monetária está “dovish”.
Em março, o Fed elevou os juros de referência do país pela primeira vez desde 2018. Agora, além de continuar a elevar a taxa de crédito, a autoridade também deverá iniciar a redução da sua carteira de títulos, que acumula cerca de US$ 9 trilhões (R$ 41 trilhões).
Durante a pandemia, uma das estratégias do Fed para amenizar o resfriamento econômico foi injetar liquidez no mercado por meio da compra mensal de cerca de US$ 120 bilhões (R$ 554 bilhões) em títulos imobiliários e do Tesouro. Esse programa foi encerrado neste ano. Agora, para diminuir o seu balanço patrimonial, analista avaliam que o banco irá deixar que esses títulos vençam.
A cotação do petróleo Brent, referência mundial, subia 0,71% nesta manhã. O preço do barril era de US$ 107,40 (R$ 498,27).
Variações no preço do petróleo e as indefinições sobre o comando da Petrobras também influenciam a Bolsa brasileira nesta semana, afirma Lelis.
A ameaça de greve de servidores federais e a desistência do empresário Adriano Pires de assumir a presidência da Petrobras estão entre os principais ruídos domésticos que podem afetar o Ibovespa nesta quarta.
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