O fim da janela partidária, que redesenhou o tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados, trará nas próximas semanas a definição sobre o comando das comissões permanentes na casa. A expectativa é que, em duas semanas, sejam eleitos os novos presidentes das comissões, que não funcionam desde fevereiro.
A principal comissão da Câmara, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), é alvo de disputa desde o início do ano. A tendência é que o comando do colegiado fique com o União Brasil, mesmo o partido tendo perdido parlamentares na janela, ocupando hoje a quarta bancada, com 47 deputados, atrás de PL (75), PT (56) e PP (49).
Dentro da legenda há dois nomes para suceder a deputada Bia Kicis (PL-DF) no comando da CCJC: Arthur Maia (União Brasil-BA) e Juscelino Filho (União Brasil-MA).
O União Brasil argumenta que, segundo o regimento interno da Câmara, o maior partido ou bloco, na segunda quinzena de fevereiro do primeiro ano da legislatura, faz a primeira indicação às comissões. A vaga, portanto, seria do PSL. Sendo o União fruto da fusão do DEM com o PSL, manteria a prioridade.
Já deputados bolsonaristas que mudaram de partido dizem que houve um acordo interno durante a campanha para a atual Mesa Diretora que deixava a Primeira-Secretaria com o presidente do União Brasil (então PSL), Luciano Bivar (PE), e o comando da CCJC com aliados de Bolsonaro, Bia Kicis e Major Vitor Hugo (ambos eleitos pelo PSL e hoje no PL).
Os contrários ao argumento do acordo dizem ainda que ele foi quebrado quando bolsonaristas lançaram candidato avulso à Primeira-Secretaria, que acabou derrotado.
A CCJC é cobiçada na Casa por ser a única comissão em que, obrigatoriamente, todas as propostas precisam ser analisadas antes de ir a plenário. O parlamentar que comanda o colegiado também define a pauta e, por isso, a presidência da comissão é estratégica.
Portal Correio