Que o município de Monteiro, no Cariri do Estado, tem tradição na caprinocultura, todo mundo sabe. Mas um dos vocábulos da cultura do bode invadiu, de forma vexatória, os debates na Câmara de Vereadores da cidade. Nesta quarta-feira (29) os vereadores da Casa se reuniram de forma extraordinária para analisar um veto do Executivo a uma emenda em um projeto que pedia a abertura de crédito suplementar.
Durante a votação, foram registrados protestos e vaias de alguns manifestantes.
Ao tentar dar continuidade à condução dos trabalhos, o presidente da Câmara, vereador Sandro Lira, saiu com essa ‘pérola’: “Pode berrar”, disse, respondendo às vaias.
Em seguida, acrescentou: “Por favor, ou silêncio, ou peço a condução da polícia e retira tudo aqui do Plenário, por favor. Chama a polícia nesse momento e retira. Pode chamar”, exclamou.
A emenda foi derrubada, garantindo a “abertura de crédito suplementar até o limite de 35% do total da despesa”.
Mas o mérito do projeto, nem de longe, é o tema central de discussão nesse episódio. A expressão desrespeitosa, endereçada aos manifestantes, por si mesma é uma lástima – independentemente do conteúdo da matéria analisada.
Pessoas merecem respeito. Elas protestam, vez por outra. Um movimento próprio da democracia que precisa ser compreendido, principalmente, por quem foi eleito para representar a população e faz parte de uma ‘Casa’ Legislativa.
Jornal da Paraíba