A realização ontem (07), do 1º debate por parte de uma emissora de televisão da capital, com os sete candidatos ao Governo da Paraíba, nas atuais eleições, foi marcado por poucas propostas e várias trocas de provocações. Participaram Adjany Simplício (Psol), Antônio Nascimento (PSTU), João Azevêdo (PSB), Major Fábio (PRTB), Nilvan Ferreira (PL), Pedro Cunha Lima (PSDB) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB), respectivamente por ordem alfabética.
No primeiro bloco
No primeiro bloco, os candidatos responderam e comentaram a resposta de adversários, por meio de sorteio, para perguntas programáticas, escolhida pela produção da TV Band/Manaíra. Os temas em questão foram sobre as perdas na educação provocadas pela pandemia da Covid-19; a privatização da Cagepa; segurança pública, combate ao feminicídio e violência contra a mulher; estruturação da saúde pública no interior do Estado; e habitação popular.
A partir do segundo bloco, em ordem definida por sorteio, candidato passou a perguntar para candidato. Todos perguntam e todos respondem. Veneziano acusou o Governo João Azevêdo de ser ‘ineficiente’ e ‘lento’ e citou suposta declaração do secretário de Educação, Cláudio Furtado, em entrevista, afirmando que nenhuma escola foi construída em 3,7 meses de gestão.
“Essa informação é mentirosa, o secretário não disse isso. Estamos fazendo um trabalho forte de recuperação das escolas, são mais de 150 escolas reformadas, e temos 25 reconstruídas e construídas neste Estado mesmo na pandemia, que alguns fingem esquecer, além disso, transferimos recursos aos municípios para construção de 62 escolas municipais e 50 ginásios, porque entendemos que educação é um sistema que precisa melhorar desde a educação básica ao ensino universitário, fora isso, construímos 80 ginásios dentro do programa bom de bola e passamos de 100 para 302 escolas em tempo integral, transformando a Paraíba no segundo maior Estado em tempo integral”, respondeu João Azevêdo.
Em réplica, Veneziano disse que João descredenciou a fala do auxiliar em relação a não construção de escolas. Na tréplica, o atual governador afirmou que o senador mudou de opinião por interesses políticos, pois, elogiava a gestão até pouco tempo. Na mesma intervenção, o atual governador da Paraíba aproveitou para lançar uma crítica ao candidato do PSDB, Pedro Cunha Lima: “Aqui tem outro candidato que dá exemplos da educação boa do Ceará. Entretanto, faz 30 anos que comanda uma cidade como Campina Grande, que só tem uma única escola de tempo integral”, alfinetou.
João Azevêdo citou que fez o maior investimento na área de segurança pública, com R$ 110 milhões em tecnologia, e questionou Pedro Cunha Lima sobre suas ideias para a área. Pedro respondeu que precisava corrigir dois pontos básicos, são o contingente policial, cujo efetivo vem diminuindo, provocando o aumento da criminalidade, a exemplo de assaltos e homicídios, e a valorização das carreiras de segurança. “Precisamos aumentar o nosso efetivo policial, a Paraíba que já teve mais de 11 mil homens e mulheres, hoje tem menos de nove mil”, disse.
Dando seguimento ao debate, Pedro afirmou que o atual Governo ‘massacrou’ o comércio e o setor produtivo durante a pandemia, e questionou o candidato Nilvan Ferreira sobre o tema. “A Paraíba precisa de um grande programa para redução de impostos, governo não produz riqueza, quem produz é a iniciativa privada. A partir de janeiro vamos fazer uma política igual a do presidente Jair Bolsonaro, que já reduziu impostos de vários produtos e estamos batendo recordes de arrecadação, vamos fazer o porto de águas profundas, recuperar o setor de mineração, investir em energias renováveis, para gerar emprego e renda e fazer o básico, pegar a água do São Francisco para fazer o homem plantar, se libertar e transformar o Sertão na Petrolina do futuro”, disse.
Pedro na réplica, citou a necessidade da diminuição da burocracia para o mercado empresarial, citou que na Paraíba demora 18 dias para abrir uma empresa e, defendeu a reforma tributária. Na tréplica, Nilvan disse que o atual modelo econômico da Paraíba era “fracassado”. Sobre o tema recursos hídricos, Nilvan iniciou o questionamento afirmando que a Paraíba sofre com crise hídrica, e questionou Major Fábio sobre o tema.
Considerações finais
Nilvan Ferreira
“Eu faço parte de um movimento que oferece a Paraíba um caminho diferente de tudo que vocês já viram, um caminho diferente do modelo adotado por Ricardo Coutinho, que teve sequência com João Azevêdo, que conseguiu deixar esse Estado mais pobre, atrasado, com as alavancas do desenvolvimento travadas e precisamos inaugurar um novo tempo. Convido você para nesse momento fazer comigo essa caminhada, essa travessia, para fazer uma Paraíba diferente para o futuro”.
Antonio Nascimento
“O nosso projeto e partido, o PSTU, tem uma alternativa socialista e revolucionária, que venha realmente romper com esse sistema capitalista, opressor, que tira da boca do seu filho, que tira o direito de uma educação de qualidade, que tira o direito de uma saúde digna, que seja igualitária. Defendemos que toda a riqueza produzida pelos trabalhadores seja dividida de maneira racional, primeiro para sanar a necessidade humana, depois para exportar o excedente, mas o que vimos é o contrário. A classe trabalhadora precisa comer, não se mata só de armas de fogo, se mata com falta de educação, de saneamento básico e de forme”.
Major Fábio
“Nós iremos construir uma nova Paraíba, com uma nova política, mudando a essência, acabando com a corrupção, porque a corrupção tem acabado com esse Estado. Não vamos permitir que as nossas pedras preciosas saiam desse Estado e deixem apenas buracos, que deixem riqueza para o nosso povo. Nós sabemos o que fazer, não adianta só discurso, me perdoem a indignação, porque diante de discursos falsos que a gente observa desde jovem. Vi todos aqui defendendo seus grupos políticos que governaram a Paraíba. Todos tiveram a oportunidade e nunca fizeram. Nós vamos mudar a Paraíba, vamos melhorar a sua vida, dos seus filhos e dos seus netos”.
Veneziano Vital do Rêgo
“Eu vim para esse ambiente e estarei em todos por essa Paraíba, a transmitir-lhes a mensagem das mudanças, da transformação para melhor. Ao lado dos meus companheiros, que tenho alegria de ladear e de ser ladeados, a companheira professora Maisa Cartaxo, o companheiro Ricardo Coutinho, e, principalmente, aquele que nos escolheu para ser o seu governador, o presidente Luís Inácio Lula da Silva, para combater a fome, para políticas de geração de emprego, para descentralizar a saúde, para investir na educação”.
Adjany Simplício
“O projeto que a gente defende para a sociedade é de direito ao futuro, de direito ao sonhar e que, lado a lado, nós não temos golpistas para chamar de nosso, e nós não temos nenhuma conexão com o governo que projeta um projeto de morte para a sociedade brasileira. Estamos oferecendo para a população da Paraíba um sonho de ver todos nós com vidas dignas, respeito as comunidades e salvaguardando a vida das mulheres”.
João Azevêdo
“Verdade acima de tudo. A Paraíba não se leva 18 dias para abrir uma empresa, se leva três. Aqui, nós tivemos candidatos que pintaram um mundo colorido, com propostas sem dizer como efetivamente realizariam, tivemos candidatos que não geriram absolutamente nada. Falar é fácil, difícil é fazer. Para matar a fome? É o Tá na Mesa; para resolver problema de saúde e de cirurgias eletivas que nunca foram resolvidas? É o Opera Paraíba; na educação? É com projeto que ganhou o Prêmio de melhor educação na pandemia; mapa eólico da Paraíba? Já existe para quem não sabe; ou seja, as informações com relação a transferências de recursos para Covid, estão nas nossas redes, acompanhem. Verdade acima de tudo! E, isso vai trazr respeito para todos nós”.
Pedro Cunha Lima
“Falar é fácil, difícil de fato é fazer. Uma certeza nós temos: o atual governador não fez. O desafio é grande. Quero dizer a você que eu tô pronto para este desafio. A gente vai fazer um governo muito forte na educação, trazendo políticas que já funcionam em outros Estados, como é o caso do Ceará. A gente vai ensinar nossa criança a ler e escrever na idade certa. Cada criança que nasce é uma surpresa para a humanidade. A gente vai cuidar melhor dessa surpresa. Vamos ter políticas públicas para reverter um cenário dramático na segurança pública. Vamos parar de massacrar o nosso policial. Está na hora da gente viver um novo ciclo, um novo tempo. Fazer um investimento mais forte na saúde pública, para reverter um cenário difícil posto pela atual gestão. Acredito em mudanças profundas, estou pronto para fazer essas mudanças, e agradeço a você por nos acompanhar até aqui”